MCTI anuncia chamada pública de R$ 5 milhões para empresas incubadas na 30ª Conferência Anprotec

Anúncio será feito durante a 30ª Conferência Anprotec de Empreendedorismo e Ambientes de Inovação (evento virtual), que acontece até quarta-feira. Projetos terão valor máximo de financiamento de R$ 90 mil e empresas poderão submeter suas propostas até 28 de janeiro de 2021

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) lança no dia 24 de novembro, durante a 30ª Conferência Anprotec de Empreendedorismo e Ambientes de Inovação, chamada pública de R$ 5 milhões para apoiar a inserção de pesquisadores em empresas vinculadas a incubadoras do país. A iniciativa faz parte do Programa Nacional de Apoio aos Ambientes Inovadores – PNI e é promovida pelo MCTI e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec).

O objetivo é fomentar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) de micro e pequenas empresas vinculadas a incubadoras certificadas ou que estejam em processo de obtenção da certificação Cerne (https://anprotec.org.br/cerne/). A chamada pública será divulgada no site do CNPq (http://cnpq.br/chamadas-publicas) e as empresas terão até 28 de janeiro de 2021 para submeter suas propostas. Para participar, os proponentes precisam ter vínculo com a empresa executora e contar com a concordância e o apoio da incubadora de empresas.

As propostas aprovadas serão financiadas com recursos no valor global de R$ 5 milhões. Estima-se que sejam apoiados pelo menos 55 projetos com recursos do MCTI. Os projetos terão o valor máximo de financiamento de R$ 90 mil e duração de até 24 meses. Uma parcela mínima de 30% dos recursos será destinada para propostas de empresas vinculadas à incubadoras sediadas nas regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste. Serão concedidas bolsas de fomento do CNPq, por até 18 meses, nas modalidades DTI (Desenvolvimento Tecnológico Industrial), EV (Especialista Visitante) e SET SET (Fixação e Capacitação de Recursos Humanos).

As propostas recomendadas e não contratadas poderão ser apoiadas pelas Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs) ou outras instituições que apresentarem interesse em financiá-las. Neste caso, a seleção dos projetos a serem contratados atenderá a prioridade determinada pelo respectivo parceiro, a partir das propostas recomendadas pelo Comitê Julgador. Os recursos das FAPs e demais instituições parceiras serão disciplinados por normas e instruções legais próprias.

 Incubadoras de empresas brasileiras

De acordo com último mapeamento realizado pelo MCTI em parceria com a Anprotec (https://informativo.anprotec.org.br/mapeamento-dos-mecanismos-de-geracao-de-empreendimentos-inovadores), existiam 363 incubadoras de empresas ativas no Brasil, que eram responsáveis por 3.694 empresas incubadas e 6.143 empresas graduadas. Estima-se que, em 2017, as empresas incubadas geraram 14 mil postos de trabalho diretos, recolheram R$ 110 milhões em tributos e tiveram um faturamento anual de R$ 550 milhões. Por sua vez, as empresas graduadas foram responsáveis pela geração de 56 mil postos de trabalho diretos, recolheram R$ 3,6 bilhões em tributos e faturaram cerca de R$ 18 bilhões.

Oficina Colaborativa: Liderança 4.0

No dia 23 de novembro, foi realizada a Oficina Colaboração Ativa: Liderança 4.0, atividade pré-evento da 30ª Conferência Anprotec. A iniciativa foi direcionada aos gestores de ambientes de inovação que se inscreveram previamente.

A Oficina foi orientada por quatro especialistas do Laboratório de Criatividade do Tecnopuc (Crialab). Com foco em liderança no âmbito dos ambientes de inovação 4.0 e no tema central da Conferência nesse ano – Ambientes de Inovação 4.0: Desafios e Oportunidades na Nova Dinâmica Global – Ana Berger, líder do Laboratório, Carolina Eichenberg, design thinking e estratégico, Aline Tusset de Rocco, especialista em experiência do usuário, e Daniela Carrion Venturin, facilitadora do ambiente de startups, dividiram os participantes em quatro grupos para debater diferentes questões dentro desse contexto:

  • Atuação em redes;
  • Manutenção de uma estrutura organizacional sustentável;
  • Atração e retenção de talentos;
  • Transformação digital.

Enquanto os participantes debatiam os temas em seus respectivos grupos, as facilitadoras se dividiram para auxiliar todas as equipes. Ao final, o grupo inteiro, de 25 gestores de diferentes ambientes de inovação de todo o Brasil, se reuniu novamente para apresentar os principais desafios e contribuições debatidas para cada uma das quatro questões.

O grupo que debateu sobre atuação em rede apontou a importância dos ambientes de inovação buscarem novos recursos e parcerias para a solidificação do trabalho e o fomento de novos projetos.

De acordo com os participantes, é preciso fazer com que os empresários entendam o seu papel no ecossistema de inovação e os gestores de ambientes as suas funções. Como contribuição, eles ressaltaram a disseminação de informações entre as incubadoras e empresas incubadas e pré-incubadas, ressaltando a atuação da Anprotec ao proporcionar uma troca de experiências muito positiva.

O diretor de novos ambientes de inovação da Anprotec, Carlos Eduardo Aranha, complementou a exposição do primeiro grupo ao ressaltar a necessidade de transformar os ambientes de inovação em unidades de negócio. “Precisamos mostrar a importância do nosso trabalho para os mantenedores e para consolidar a imagem do gestor como especialista sobre assuntos do ecossistema de inovação de toda a sua região”.

O segundo grupo debateu sobre manutenção da estrutura organizacional sustentável e ressaltou a importância de consolidar a ponte entre o mercado e o laboratório.

Ao discutir sobre atração e retenção de talentos, o terceiro grupo apontou que os ambientes de inovação devem estar cada vez mais próximos das escolas públicas e privadas, de ensino fundamental e médio, para desmistificar os temas que envolvem o empreendedorismo inovador. Os participantes também ressaltaram a necessidade da academia estar apta à transferência de tecnologia.

O principal desafio levantado pelo grupo que debateu transformação digital foi a questão das equipes enxutas, ou seja, a “euquipe”, que dificulta a criação de diversos processos. Como contribuição, os gestores citaram a necessidade de capacitações em métodos e metodologias, de institucionalização dos ambientes de inovação, com a criação de departamentos e de fomento às parcerias externas.

Após as apresentações, todos os presentes debateram as questões em conjunto.

No dia 24 de novembro, a plenária de abertura da 30ª Conferência Anprotec recebe dois palestrantes internacionais: Or Shahaf, CEO da Haifa Economic Corporation; e Sebastian Welisiejko, diretor de políticas do Global Steering Group for Impact Investment.

A Conferência Anprotec, que tem como tema central “Ambientes de Inovação 4.0: Desafios e Oportunidades na Nova Dinâmica Global”, terá a participação de mais de 60 palestrantes – brasileiros e internacionais – representantes de ambientes de inovação, governo, órgãos de fomento, grandes corporações, startups e  investidores, discutindo os cinco subtemas que serão pilares do evento:

  • Capital Humano: O papel e os desafios dos ambientes de inovação 4.0;
  • Inovação Aberta: Ecossistema de inovação como instrumentos de transformação das indústrias tradicionais;
  • Financiamento: Novos modelos de sustentabilidade para os ambientes de inovação;
  • Cidades: Ecossistemas de inovação como alavancas para o desenvolvimento humano sustentável;
  • Tecnologia: O papel dos ambientes de inovação para a geração de soluções na nova dinâmica global.

O encontro virtual abrigará ainda O Fórum Sebrae de Inovação, a Assembleia IASP Latam e a apresentação de trabalhos técnicos dos associados Anprotec.

“A qualificação dos gestores, líderes atuais e futuros de parques tecnológicos, aceleradoras, incubadoras, hubs de inovação e gestores públicos que implementam políticas de inovação é essencial, em especial em face da nova dinâmica imposta pela pandemia e o que virá no pós-pandemia. A reinvenção é o grande desafio dos ambientes de inovação. Durante a Conferência Anprotec 2020, nós queremos contribuir de forma decisiva para o sucesso diante deste desafio”, explica Carlos Eduardo Aranha, diretor da Anprotec.

Conheça os palestrantes confirmados: https://anprotec.org.br/conferencia2020/palestrantes/

Confira a programação preliminar: https://anprotec.org.br/conferencia2020/programacao/

Inscreva-se: https://www.sympla.com.br/30-conferencia-anprotec-2020__1017112

Obs: Associados à Anprotec adimplentes poderão se inscrever de forma gratuita. Envie um e-mail com os dados do seu ambiente de inovação para associado@anprotec.org.br e solicite seu código de inscrição.