Chamada de Negócios de Impacto da PPA recebe 201 inscrições e segue para a próxima fase

Fotos e infográfico: PPA

A Chamada da Plataforma Parceiros pela Amazônia alcançou mais que o dobro de inscritos em relação a 2018. O grande número de inscrições surpreendeu não só pela quantidade mas pela diversidade dos negócios, revelando forte interesse na preservação da sociobiodiversidade amazônica.

A Chamada de Negócios PPA 2019 recebeu 201 inscrições em pouco mais de um mês, mais que o dobro em relação à edição do ano passado, que teve 81 inscrições. Realizada pela Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA) com apoio técnico da Pipe Social, a Chamada é voltada a empreendedores, startups, organizações, negócios de base comunitária, redes de pessoas/coletivos, instituições e empresas em estágio inicial cujo foco de atuação é a conservação da floresta, a valorização da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Do total de 201 inscritos, 36 negócios foram classificados para a próxima fase – que inclui entrevistas e visitas aos empreendimentos – e concorrem à participação em rodada de negócios com investidores para aporte financeiro de até R$ 800 mil e a vagas no Programa de Aceleração da PPA, que inclui capacitações temáticas presenciais, mentorias personalizadas, coworking e assessoria nas áreas jurídica, contábil, marketing e branding, além de bolsas para participação em formações e eventos. Para esta fase serão selecionadas, até o final de outubro, 15 iniciativas finalistas.

As inscrições vieram de todas as regiões do Brasil, com grande concentração no norte do país – 30% dos inscritos são do estado do Amazonas e 26% do Pará. Há também propostas do Mato Grosso, Rondônia, Tocantins, Amapá e Acre. A Chamada abriu a possibilidade de inscrição de iniciativas de outras regiões, desde que assumissem o compromisso de iniciar operação na Amazônia nos próximos seis meses.

Os negócios inscritos atuam nas áreas de agricultura e pecuária sustentável (24%), manejo e produção florestal sustentável (23%), produtos e serviços ambientais (20%), educação para conservação do meio ambiente (9%), mitigação/adaptação das mudanças climáticas (4%), tratamento de resíduos/lixo com benefícios para populações e comunidades rurais (14%) e monitoramento/combate a atividade ilegais (1%).

Boa parte das iniciativas estão em fase de organização para ganho de escala, mas há empreendimentos em todas as fases, desde a ideação, validação, prototipagem e piloto, até tração, pré-escala e escala.

Os negócios se relacionam com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com maior concentração nos ODS de número 12 (Produção e Consumo Sustentável), 08 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico), 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) e 02 (Fome Zero e Agricultura Sustentável).


“Foi um desafio muito grande selecionar os negócios que irão para a próxima fase do processo seletivo, mas estamos seguros que o resultado já é extremamente impactante.”

Mariano Cenamo, coordenador executivo da PPA


 

Para Mariano Cenamo, Diretor de Novos Negócios do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) e Coordenador Executivo da PPA, o resultado da Chamada surpreendeu não só pela quantidade, mas pela diversidade de negócios inscritos: “A qualidade e o estágio de desenvolvimento desses negócios são surpreendentes. Tivemos desde negócios bem pequenos e promissores de associações e cooperativas comunitárias de produtores rurais, startups em estágio inicial, com ideias extremamente inovadoras, até empresas já consolidadas, com faturamento acima de R$ 5 milhões, que trabalham com cadeias de valor fundamentais para promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Foi um desafio muito grande selecionar os negócios que irão para a próxima fase do processo seletivo, mas estamos seguros que o resultado já é extremamente impactante”.

A soma do faturamento anual dos negócios inscritos dá um valor da ordem de R$ 44 milhões, e a demanda total de investimento dos negócios inscritos é de R$ 187 milhões. Dos 201 negócios, 47% se inscreveram para participar do Programa de Aceleração e da rodada de negócios.

Para Livia Hollerbach, da Pipe.Social, o aumento do número de negócios inscritos traz “mais oportunidades para fomentar uma economia de floresta sustentável e mais inovação para enfrentar desafios sociais e ambientais na região Amazônica. E para o setor de Negócios de Impacto, celebramos o fortalecimento da região Norte do país, que começa a atrair atenção de investidores e organizações de apoio aos empreendedores de impacto. Uma conquista importante da plataforma PPA que pode e deve inspirar iniciativas em outras regiões do Brasil.”

A Chamada de Negócios 2019 dá continuidade a um movimento iniciado em 2017, quando um grupo de empresas, organizações da sociedade civil e entidades internacionais se uniram em prol de fomentar novos modelos de desenvolvimento sustentáveis para a Amazônia. Veja aqui reportagem anterior publicada sobre o tema no portal Notícias de Impacto

Premiação

O 4º Desafio de Incubação e Aceleração de Impacto, promovido pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) e pelo Sebrae, premiou em agosto, durante a realização do Innovation Summit Brasil, em Florianópolis, os cinco melhores programas de incubação e aceleração do país, apresentados pelas iniciativas participantes.

O Programa de Aceleração da Plataforma Parceiros Pela Amazônia foi selecionado como o melhor da região Norte. Os escolhidos concorreram com mais de 30 iniciativas de todo o país. O prêmio inclui a participação em uma Missão Internacional para ecossistemas relevantes na temática de impacto, mentoria dos associados do ICE e inscrição na Conferência Anprotec 2020.

O Desafio é parte do Programa de Incubação e Aceleração de Impacto, que tem como objetivo mobilizar aceleradoras e incubadoras de todo o Brasil para incluir ou ampliar sua atuação com negócios de impacto social.

A Chamada de Negócios PPA 2019 é uma realização da PPA, com coordenação do Idesam e apoio financeiro de USAID, CIAT, Instituto Humanize e Fundo Vale. Conta com a parceria da Pipe Social, Centro de Empreendedorismo da Amazônia, Instituto Centro de Vida (ICV), Fundação CERTI, Fundação Rede Amazônica, FIIMP, Sitawi, ICE e Conexsus e apoio das seguintes empresas e organizações: Natura, Instituto Peabiru, Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) Bemol, DD&L, Whirpool Cervejaria Ambev, Beraca, Agropalma, Abrapalma, Althelia e Grupo Rede Amazônica.