ANIP anuncia as 10 empresas selecionadas para a terceira turma

A produtora A Banca, em parceria com a Artemisia e o Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getulio Vargas (FGVcenn), anunciou as dez empresas que vão compor a terceira turma da ANIP. São elas: Atuarquitetura, Clinfy, Enjoy Alimentação Orgânica, HOTD, Jaubra, Kitanda das Minas, LiteraRUA, Meninos da Billings, Recifavela e Silvana Trucss.

Ao contrário das duas primeiras edições, restritas a empreendimentos da zona sul de São Paulo, a terceira edição do programa da Aceleradora de Negócios de Impacto da Periferia, ANIP, recebeu 168 inscrições de empreendimentos criados em diferentes periferias da cidade de São Paulo. As 10 empresas selecionadas foram apresentadas durante o evento Negócios de Impacto na Periferia – Criando Pontes, realizado em São Paulo, no dia 16 de abril, no auditório da Fundação Getulio Vargas. São elas: Atuarquitetura, Clinfy, Enjoy Alimentação Orgânica, HOTD, Jaubra, Kitanda das Minas, LiteraRUA, Meninos da Billings, Recifavela e Silvana Trucss. Criadas em periferias das zonas leste (50%), norte (30%) e sul (20%) da cidade de São Paulo, as startups de impacto social têm 60% de liderança feminina e representam diferentes setores de atuação.

Trata-se de uma nova geração de empreendedores que está desenvolvendo soluções para problemas locais das periferias, assumindo o seu protagonismo e gerando impacto social nas quebradas e na sociedade como um todo. Foi para apoiar e potencializar esse empreendedorismo transformador que a produtora A Banca, em parceria com a Artemisia e o FGVcenn (Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getulio Vargas), criou a ANIP, em 2018. Os participantes do evento – que teve o objetivo de criar pontes para ligar as periferias e o centro por meio de trocas – tiveram a oportunidade de conhecer essa história e de debater os desafios e aprendizados dos empreendedores periféricos no ecossistema de impacto social.

“Precisamos considerar as periferias com um novo olhar, acreditar no seu potencial e criar novas conexões. A Banca é pioneira em levar essa discussão de negócio com impacto para dentro das quebradas. Ser um negócio social surgiu como uma oportunidade de oferecer serviços com o que a gente ama fazer. Em 2019, a Banca se posiciona como uma produtora social de impacto, que utiliza a música, a cultura Hip Hop, a educação popular e a tecnologia para fortalecer o empreendedorismo nas quebradas, com a missão de romper as barreiras sociais e econômicas de diferentes realidades”, disse Marcelo Rocha, o DJ Bola, fundador de A Banca.

A ANIP é resultado do sonho da Banca, em parceria com a Artemisia, organização pioneira na aceleração de negócios sociais, e com o FGVcenn, que trabalha diretamente com empreendedores e tem uma vasta experiência com a formação e rede de mentores. “Assim nasceu a magia da Aceleradora de Negócios de Impacto da Periferia, com o objetivo de jogar luz nas pessoas das quebradas”, afirmou Bola.

O programa de aceleração pelo qual os empreendedores vão passar prevê encontros temáticos presenciais, acompanhamento individual e mentoria pós-aceleração. Entre os temas a serem abordados durante o processo de aceleração estão: impacto social e modelos de negócios sustentáveis; competências empreendedoras; gestão financeira; marketing digital; questões jurídicas; inovação; estruturação e refinamento do negócio; e conteúdos adaptativos de acordo com a demanda de cada negócio selecionado. Ao final da aceleração, os empreendedores com participação ativa no processo poderão receber um capital-semente de até R$ 20 mil.

Maure Pessanha, diretora-executiva da Artemisia, afirmou que as organizações se uniram por um sonho comum: potencializar o desenvolvimento de negócios de impacto social na periferia com soluções voltadas para endereçar desafios sociais e ambientais. “Além de apoiar, queremos também incentivar o surgimento de novos negócios de impacto dentro das periferias, que hoje representam uma parcela pequena do ecossistema de empreendedorismo de impacto. Trabalharemos para criar pontes entre empreendedores acelerados provenientes de realidades distintas”, destacou Maure.

Edgard Barki, professor da FGV e coordenador do FGVcenn, reforçou que é preciso mudar a lógica do mercado, colocando a periferia como protagonista no campo de negócios de impacto. “Essa é a nossa proposta com o programa, cujo foco é no apoio e fomento dos empreendedores de impacto social que vêm das periferias. Acreditamos que há muita riqueza, conhecimento e talento nas periferias que podem impactar a sociedade de forma inovadora e diferenciada”, disse.

A Aceleradora de Negócios de Impacto da Periferia conta com o patrocínio do British Council, Fundação Via Varejo, Fundação Lemann, Fundo AZ Quest, Instituto Vedacit e Fundação Tide Setubal.

Os negócios selecionados

  •  Atuarquitetura, de Perus, zona norte (construção e reforma para casas da periferia)
  • Clinfy, de São Miguel Paulista, zona leste (aplicativo voltado para a área da saúde, com atuação na contratação de cuidadores, babás e enfermeiros)
  • Enjoy Alimentação Orgânica, de M’Boi Mirim, zona sul (delivery de alimentos orgânicos)
  • HOTD (Have Options to Dress), de Itaquera, zona leste (guarda-roupa virtual de consumo compartilhado)
  • Jaubra, da Brasilândia, zona norte (aplicativo de transporte que atende as periferias da cidade, similar ao Uber) 
  • Kitanda das Minas, de Cidade Tiradentes, zona leste (serviço de catering e bufê com inclusão de mulheres negras e imigrantes africanas)
  • LiteraRUA, da Casa Verde, zona norte (dá voz a autores e artistas populares para a criação de produções culturais da periferia)
  • Meninos da Billings, de Capela do Socorro, zona sul (operadora de turismo náutico na represa Billings e Guarapiranga)
  • Recifavela, da Vila Prudente, zona leste (cooperativa de materiais recicláveis)
  • Silvana Trucss, de Guaianases, zona leste (moda praia e lingerie para mulheres transgênero)