As inscrições agora vão até o dia 23 de agosto. Podem participar negócios de impacto, cooperativas e organizações que tenham como objetivo gerar impacto socioambiental positivo e que vão trabalhar pela recuperação econômica. Poderão captar entre R$ 200 mil e R$ 700 mil.

A SITAWI Finanças do Bem prorrogou as inscrições para a sua chamada de apoio a negócios de impacto, cooperativas e organizações sem fins lucrativos que têm como missão gerar impacto socioambiental positivo no Brasil e vão trabalhar pela recuperação econômica pós-pandemia. Devido ao alto volume de organizações interessadas que se inscreveram, a SITAWI estendeu a data limite até 23 de agosto. Os selecionados irão participar de uma rodada de investimento pela Plataforma de Empréstimo Coletivo, iniciativa da SITAWI e Instituto Sabin, e poderão captar entre R$ 200 mil e R$ 700 mil.

Os interessados devem preencher um cadastro pela página da chamada, com informações sobre a organização relacionadas a missão, receita, impacto e objetivo da captação, entre outras. Para acessar a página, clique aqui.

A SITAWI já recebeu inscrições de mais de 40 organizações e as primeiras entrevistas do processo de seleção já estão sendo feitas. “Tivemos um retorno muito interessante de organizações de impacto interessadas em captar pela Plataforma de Empréstimo Coletivo, por isso vamos prorrogar o prazo de inscrições. Queremos ajudar aquelas que, com um plano de negócios sólido e condições de gerar impacto socioambiental positivo, estão comprometidas com a retomada econômica da sociedade e região em que estão inseridas”, afirma Andrea Resende, gerente de investimento de impacto da SITAWI. “Sabemos que há muitas organizações com esse comprometimento, inclusive que algumas também estão enfrentando desafios financeiros com a pandemia do coronavírus. A Plataforma atua como uma ponte, que traz a elas capital paciente e conectado com os seus propósitos”, diz.

Além do objetivo de gerar impacto socioambiental positivo, as organizações devem ter operação com modelo de negócios viável e capacidade de pagamento. O acesso ao crédito permitirá que os empreendedores sigam crescendo e aumentem seu impacto, contribuindo para a recuperação econômica do Brasil pós-pandemia.

A Plataforma de Empréstimo Coletivo SITAWI funciona no modelo Peer-to-Peer lending (P2P), em que pessoas físicas emprestam dinheiro, junto com a SITAWI, diretamente para os negócios. O empréstimo ocorre em rodadas de ação coletiva, em que diversos investidores investem com cotas a partir de R$ 1 mil.

O modelo possibilita que os empreendedores sociais tenham acesso a crédito a juros baixos e sem taxas abusivas, tornando o processo eficiente e justo. O valor captado deve ser devolvido em parcelas mensais em até 36 meses. A taxa de juros cobrada aos empreendedores varia a cada rodada, e neste ano será de 7% a 8%.

As condições especiais de empréstimo deste modelo são importantes, no momento em que pequenas e médias empresas enfrentam queda de receita, baixo saldo em caixa e dificuldade de acesso a financiamento. Segundo pesquisa do Sebrae em parceria com a FGV, dos 6,7 milhões de empreendedores de pequeno porte que pediram crédito desde o início da pandemia, apenas 16% conseguiram. Os dados mais recentes apontam que 41% das empresas têm dívidas ou empréstimos em atraso e que para 87% o impacto da pandemia continua sendo a diminuição do faturamento.

Seleção dos negócios
A SITAWI, que desde 2008 mobiliza capital a negócios de impacto socioambiental positivo e é o investidor de impacto mais ativo do Brasil, fará os processos de avaliação e seleção dos negócios. As organizações que se encaixarem no propósito dessa chamada passarão por uma análise criteriosa e aprofundada, que considera aspectos de finanças, modelo de negócio e impacto.

Entre os critérios financeiros analisados estão histórico de geração de receita, fluxo de caixa e planejamento. Além disso, os analistas da SITAWI fazem projeções financeiras e estudo de sensibilidade de cenários para avaliar a capacidade de repagamento do financiamento e a saúde financeira da organização.

Quanto ao aspecto de negócio, serão avaliadas equipe, liderança, capacidade de execução, mercado e modelo de negócios. Em relação ao impacto, a SITAWI estuda tanto a extensão (quantas pessoas serão beneficiadas) quanto a profundidade do impacto (em que medida essa iniciativa muda a vida dessas pessoas). A avaliação também inclui conversa com fundadores, funcionários, clientes e beneficiários.

Além da captação de dinheiro para alavancar suas operações e aumentar a escala do seu impacto, os empreendedores selecionados têm acesso a mentores e workshops para os seus negócios e um acompanhamento personalizado pela equipe de especialistas da SITAWI.

Rodadas de empréstimo coletivo
A Plataforma de Empréstimo Coletivo SITAWI já realizou duas rodadas de investimento para pequenos negócios de impacto positivo, que no total mobilizaram R$ 4,01 milhões em 10 captações.

A primeira rodada foi realizada no ano passado, com a  participação de negócios de todo o país. A captação ficou aberta por 58 dias e contou com o aporte de 159 pessoas físicas, além da SITAWI. Na segunda rodada, no início de março deste ano, as organizações selecionadas tinham foco no desenvolvimento sustentável da Amazônia, e as reservas de investimento se esgotaram em menos de 24 horas.

“Com a plataforma trazemos a nossa expertise em investimento de impacto para fazer a ponte entre pessoas físicas e as organizações que estão promovendo transformações positivas na sociedade. Observamos no mercado uma maior demanda das pessoas para apoiar financeiramente negócios e causas em que elas acreditam”, diz Andrea Resende.

Modelo de blended finance

Para custear a operação da Plataforma de Empréstimo Coletivo e, assim, ampliar e democratizar o acesso ao investimento de impacto, a SITAWI conta com o apoio do Instituto Sabin dentro de um modelo de blended finance (ou financiamento misto).

O blended finance ocorre quando um dinheiro destinado a impacto social – neste caso, o apoio do Sabin – é mobilizado para alavancar o investimento em desenvolvimento sustentável por outros atores – pessoas físicas que investem pela Plataforma.

O modelo é estrategicamente usado para estimular investimentos em projetos que contribuem para alcançar as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), estabelecidas pela ONU.