Jovens selecionados para o Potencializa avançam em seus projetos

Jovens do Potencializa são de regiões da periferia de São Paulo e querem atuar na área social ou ambiental (foto Potencializa)

Um lixão que pode virar parque e uma quebrada mais bonita estão entre as ideias dos oito jovens transformadores selecionados para a primeira edição do Potencializa, iniciativa voluntária da instituição ponteAponte Empreendedorismo Socioambiental.

Ester Carro de Oliveira, 23 anos, é líder comunitária no Jardim Colombo (zona sul de São Paulo, parte do complexo Paraisópolis) e quer transformar em um parque o “lixão” que tomou conta da área que, na sua infância, era conhecida como Fazendinha. Formada em Arquitetura e Urbanismo e bolsista de Mestrado Profissional na área de Planejamento Urbano (FMU), ela planeja transformar esse espaço livre no “coração da comunidade”, um dos poucos do bairro, com o desenvolvimento de atividades culturais, educativas e tecnológicas. “Os desenhos das crianças são a base do projeto. As mulheres também participam. Tudo está sendo construído de forma participativa e isso pode ser replicado para outras áreas livres”, explica Ester.

Este é um dos projetos selecionados para a primeira edição do Potencializa, iniciativa voluntária da instituição ponteAponte Empreendedorismo Socioambiental. Após a seleção, os jovens agora participam de encontros com mentores para aprimorar suas competências. Motivado pelo primeiro encontro do Programa de Mentorias, realizado em setembro, Danilo de Jesus Pereira  criou um projeto para “deixar a quebrada mais bonita”, com pinturas à base de tinta de terra.  Ele é educador social no projeto Vargem Grande: Comunidade Saudável. Pretende cursar Engenharia Mecatrônica e gostaria de aprender novas estratégias de como trabalhar com o público para ampliar o trabalho na comunidade. “A pintura à base de tinta de terra é natural e mais barata. As pessoas não conhecem, acham que só tem a cor marrom, mas misturando com folhas e frutas, temos já 23 cores”, comenta Danilo.

Pouco a pouco, os projetos vão tomando forma. A meta do Potencializa é proporcionar mentorias para jovens que moram em regiões periféricas de São Paulo e querem atuar na área social ou ambiental. O segundo encontro, realizado no dia 26 de outubro, os jovens fizeram uma apresentação dos aprendizados recebidos dos mentores e participaram de atividades de autoconhecimento. “O programa não é um estágio, nem visa qualquer encaminhamento direto a emprego, embora a equipe possa colocar o candidato em contato com eventuais organizações. O programa também não é uma incubadora ou aceleradora de negócios sociais ou organização da sociedade civil, nem um programa de bolsa de estudos ou de financiamento”, explica Vanessa Prata, coordenadora do Potencializa.

Para esta primeira edição foram selecionados oito jovens de 18 a 28 anos, moradores(as) de contextos periféricos da Grande São Paulo, que estudam ou tenham estudado em escolas públicas ou com bolsas de estudo em instituições particulares no Ensino Fundamental e Médio. “O programa voluntário da ponteAponte é gratuito e oferece 24 horas de mentorias para jovens que queiram atuar no campo social. O programa se baseia em três pilares: autoconhecimento, conhecimento sobre o campo e possibilidades de atuação”, destaca Vanessa.

Conheça os outros jovens selecionados:  

Luciana Aparecida da Costa Sousa – É pedagoga de formação, mas atualmente trabalha em seu trailer de lanches. Desenvolve o projeto Amor JP (jovens promissores), que promove atividades culturais e educativas gratuitas para crianças e jovens em vulnerabilidade social no entorno do condomínio em que mora.

Alef de Paula Santos – Faz parte do Coletivo Resista, que organiza saraus e ações de grafite na região de Vargem Grande, dá aulas na Escola da Família e trabalha como body piercing no momento. Tem ensino médio e pretende cursar Artes Plásticas.

Amanda da Cruz Costa – Estudante de Relações Internacionais (com bolsa, na Anhembi Morumbi), voluntária na ONG de jovens Engajamundo, onde é coordenadora do GT ODS, e estagiária de projetos na OMRON Brasil (empresa de tecnologia). Seu objetivo de vida é “cuidar do Brasil”.

 Cleiton Raimundo de Oliveira – Tem ensino médio e trabalha como entregador em um supermercado no momento, mas gostaria de estudar fotografia e trabalhar com produção audiovisual nas periferias. Participou do curso gratuito de cinema É Nóis na Fita, sendo um dos produtores.

Lucas Luciano (Ciano) – Cria fanzines e HQs como freelance, ministra oficinas e produz eventos culturais voluntariamente na região em que mora. É engajado em permacultura, economias alternativas, ferramentas de autonomia e emancipação da “quebrada”. Seu “maior sonho é fomentar sonhos”.

Najara Szabo Pontes – Formada em Publicidade e Propaganda (com bolsa, pela PUC), trabalhou na ONG Mensageiros da Esperança. Gostaria de trabalhar com jovens e mulheres em vulnerabilidade, sendo educadora social ou mentora de algum projeto e auxiliando com comunicação, mídias sociais e eventos.

Mentorias (encontros ou calls) já realizadas:

Tiago Morais (Tigone) – Graja Groove

Fabricio Junqueira – professor da Poli USP

Iseli Reis – arquiteta hospitalar em Fleximedical/CIES

Fabio Deboni – Gerente Executivo Instituto Sabin

Diana Mendes – líder de projetos na ponteAponte

Gisele Neuls – fundadora da agência de comunicação Matiz Caboclo

Wans Spiess – cofundadora da W+ Comunicação e do projeto CalçadaSP

Thais Zschieschang – captação de recursos da ADESAMPA

Juliana Chu – consultora financeira

Alejandra Yacovodonato – fundadora da Fly Educação e Cultura