Em linha com o objetivo de oferecer soluções inovadoras para o setor público, a 3ª edição do BrazilLAB selecionou as startups vencedoras nas áreas de inclusão social, gestão de pessoas e saúde.
Depois de três meses de mentorias, palestras, workshops e muito trabalho, as seis startups finalistas entre as 33 selecionadas para o 3º Ciclo de Aceleração do BrazilLAB apresentaram suas soluções de inovação para o setor público no DemoDay, evento realizado em São Paulo, no dia 28 de março. Prefeitos e representantes de 21 municípios, de governos estaduais e da união, empreendedores, pesquisadores e especialistas em inovação participaram do evento, que consolida o BrazilLAB como um importante marco no universo das GovTechs no país.
Gesuas (1º), Fábrica de Negócio (2º) e UpSaúde (3º) foram as startups vencedoras. Cada representante das seis startups finalistas teve cinco minutos para o pitch e dez para responder a perguntas da banca.
Letícia Piccolotto, founder do BrazilLAB, apresentou os resultados do trabalho desenvolvido nos últimos três anos pela empresa, que tem a missão de conectar startups e todo o ecossistema de empreendedorismo com os gestores públicos: mais de 650 startups inscritas nos programas de aceleração; 55 startups aceleradas; 14 soluções de GovTech rodando em estados e municípios. “O DemoDay é o momento mais importante do programa porque é o reflexo de tudo o que foi desenvolvido ao longo dos últimos três meses. É quando gestores públicos veem o alcance real das soluções desenvolvidas pelas startups. O BrazilLAB está comemorando três anos de atuação. Quando começamos, em 2016, tínhamos a vontade de impactar o setor público por meio da inovação. Na época, conheci casos de cidades do mundo que se transformaram ao se abrirem para o diálogo com startups. Eu estava inquieta. Como não encontrei por aqui um programa para fomentar a inovação no setor público, pensei: ‘bora criar!’”, destacou Letícia.
Outra importante frente de trabalho do BrazilLAB é a mobilização da sociedade sobre a pauta de GovTech. “Foram mais de 100 eventos realizados, mais de 3.600 empreendedores impactados e mais de 45 mil pessoas alcançadas via redes sociais”, contou.
Letícia anunciou também o lançamento do Selo GovTech, a primeira certificação de startups GovTech no Brasil, uma plataforma criada para abrigar os empreendimentos que podem solucionar os desafios da gestão pública. A segunda novidade foi o anúncio do lançamento do Panorama de Transformação Digital no Brasil, amplo estudo que apresenta o cenário atual e os principais desafios para a transformação digital do país.
Pitch das seis finalistas
Duas startups, entre as seis finalistas, atacaram o desafio inclusão social. A primeira foi a Gesuas, de Igor Coelho, que ficou em 1º lugar. Ele apresentou a plataforma para gestão integrada do prontuário do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Com a solução, é possível fazer o registro de todas as informações de atendimento às famílias, gerando informações em tempo real e de forma territorializada para a gestão pública.
A segunda foi o app SmartSíndico, apresentado por Guilherme Ferreira. O empreendedor mostrou os benefícios da solução, que fornece, aos síndicos de condomínios de Habitação de Interesses Social (CDHU, Cohab, Cingapura, Minha Casa Minha Vida e outros), ferramentas necessárias para a correta administração condominial de forma simples, barata, prática e eficiente.
No campo gestão de pessoas, a startup Fábrica de Negócio se destacou com o 2º lugar. Hamilton Alves apresentou o sistema FN Payroll Audit, solução de mineração de dados que utiliza inteligência artificial para realizar auditoria na folha de pagamento de órgãos públicos – contribuindo para melhores práticas e o bom uso dos recursos públicos.
A representante do desafio educação empreendedora foi Carla Zeltzer, do FazGame – um software lúdico e intuitivo de criação de games educacionais a ser aplicado em escolas. De acordo com ela, a solução permite que crianças e jovens participem do desenvolvimento do produto final, pois não há a necessidade de conhecimento em design ou programação.
A Lunix foi o destaque na área de segurança pública. O empreendedor Fernando Ferreira apresentou o sistema que gerencia e direciona a iluminação pública – atuando de acordo com as informações geradas pelos sensores, como movimentação de pedestres e veículos e a luminosidade local.
Na área de saúde, o empreendedor Rodolfo Lira obteve o 3º lugar com a UpSaúde, com aplicativos desenvolvidos para processar e disseminar, para órgãos públicos, informações sobre pacientes de modo a otimizar o atendimento à saúde.
Como premiação, a startup que ficou em 1º lugar receberá um investimento, desenvolverá um piloto em uma das prefeituras parceiras do BrazilLAB e ganhará uma viagem internacional para imersão.
O auditório da Unibes Cultural, em São Paulo, estava lotado para conhecer as vencedoras e para acompanhar a palestra de Beth Blauer, que compartilhou sua trajetória à frente do GovEx – Centro de Excelência para Governos da Universidade Johns Hopkins (EUA), instituição que vem disseminando práticas de GovTech pelo mundo.
