Ao completar 20 anos, a Endeavor mantém aquecidos os planos para o futuro. Só em 2020, planeja acelerar mais de 250 empresas de alto crescimento em todo o Brasil. “Em um ano desafiador como esse, os empreendedores nunca precisaram tanto da Endeavor e o país nunca precisou tanto dos empreendedores”, afirma Camilla Junqueira, diretora-geral da Endeavor Brasil.
Organização global sem fins lucrativos presente em mais de 30 países, que tem como causa multiplicar o poder de transformação dos empreendedores de alto impacto, a Endeavor concentra a sua atuação em nações emergentes, como o Brasil, onde atua desde 2000, fazendo história, unindo forças e formando times de alto impacto. Com operações em oito estados, a Endeavor já apoiou ativamente mais de 100 empreendedores no país, liderando mais de 53 empresas, que geram cerca de R$ 4 bilhões em faturamento e 36 mil empregos. Cerca de 200 empreendedores participam a cada ano dos programas de aceleração Scale-Up Endeavor e mais de 300 mil foram capacitados por meio dos conteúdos do Portal Endeavor.
São muitas as conquistas e, para comemorar os 20 anos de sua atuação no Brasil, a Endeavor realizou uma live, no dia 10 de junho, que teve a participação de toda a rede, incluindo mentores, apoiadores, embaixadores, conselheiros, scale-ups e Empreendedores Endeavor. Foi um encontro histórico. A tela dos computadores que transmitiam a celebração mal comportava todas as pessoas que queriam compartilhar as histórias e o orgulho de participar da construção da Endeavor Brasil.
A organização chegou ao Brasil pelas mãos de Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marília Rocca. Desde o início, o propósito era transformar a Endeavor em uma organização decisiva para os empreendedores brasileiros e torná-los a nova geração de exemplos para o Brasil, com efeito multiplicador. Essa jornada parecia ambiciosa, mas não impossível. Exemplos de empresas que foram bem sucedidas não faltam, como demonstra a publicação Scale-Up Revolution/Impact Report 2019. Uma delas é a EBANX, considerada um dos mais novos unicórnios brasileiros. A empresa começou em 2012, com Alphonse Voigt, João Del Valle e Wagner Ruiz. Ela foi selecionada como a menor empresa apoiada no portfólio da Endeavor e se tornou líder em processamento de pagamentos cross-border. Já ajudou mais de 50 milhões de latinoamericanos a acessarem serviços e produtos globais, como AliExpress, Wish, Pipedrive, Airbnb e Spotify, com um volume de processamento que dobrou em 2018 e 2019, superando a marca de US$ 2 bilhões. A EBANX cresceu mais de 700 vezes desde 2012, e é avaliada em U$ 1 bilhão.
Marília Rocca, a primeira diretora-geral da Endeavor Brasil, lembra que há 20 anos ninguém quase falava de empreendedorismo. “Peguei uma dezena de dicionários e marquei a página onde deveria estar a palavra empreendedorismo, que não existia. Acho que isso ilustrava um traço cultural importante. Depois mandei para editores de vários jornais e revistas, falando que a gente queria agradecer por eles estarem tentando falar de um tema tão difícil, já que a palavra nem existia em português”, conta Marília.
Paulo Veras, empreendedor Endeavor e criador da 99, confirma a experiência de Marília. “Cheguei a conversar com alguns editores de publicações e eles falavam ‘acho super legal o que você está fazendo, mas empreendedorismo não é assunto, as pessoas querem saber das empresas grandes, que estão listadas na bolsa, que já chegaram lá. Ninguém quer saber o que os moleques estão fazendo na garagem.’ E não tinha espaço, não tinha nenhum destaque”, afirma Veras.
Para ele, a evolução é surpreendente. ”Hoje vemos um monte de jovens talentosos, esforçados e de todas as classes sociais, muitas vezes elegendo empreender como primeira opção. O empreendedorismo mudou completamente, deixou de ser necessidade, agora é por oportunidade. E há um boom de dez unicórnios nos últimos anos. Se não fosse a Endeavor não haveria a 99. Só tenho muito a agradecer a todo mundo. Muito orgulho de ter participado de tudo isso”, afirmou Veras, durante o evento on-line de comemoração de 20 anos da organização.
“Nós acreditamos que quando apoiamos o crescimento de um empreendedor, o Brasil todo cresce junto.” Marília Rocca, primeira diretora da Endeavor Brasil
Outros exemplos marcam a história, como o Beleza na Web, do Empreendedor Endeavor Alexandre Serodio, adquirido pelo Grupo Boticário; e a ZUP, dos Empreendedores Endeavor Bruno Pierobon, Gustavo Debs, Felipe Almeida e Flavio Zago, que foi vendida para o Itaú Unibanco pelo valor de R$ 575 milhões.
Creditas (US$ 231 milhões), Resultados Digitais (R$ 200 milhões), Olist (US$ 47 milhões), Pipefy (US$ 45 milhões) e In Loco (US$ 20 milhões) são algumas das empresas apoiadas que realizaram rodadas de captação históricas em 2019, no estágio de growth capital.
As empresas Acqio, Arquivei, Clearsale, Comunique-se, Dito, Hotmart, MaxMilhas, Méliuz, Neoway, Olist, Passei Direto, Pollux e Resultados Digitais foram reconhecidas pela Great Place to Work no ranking de melhores empresas para se trabalhar, na categoria TI. São empresas como essas que geram 70% dos novos empregos do país. Além disso, transformam a cultura do trabalho e da geração de empregos de qualidade no Brasil.
A Endeavor tem como base a plataforma de aceleração scale-up, idealizada pelos americanos Linda Rottenberg e Petter Kellner, em 1997, motivados pela crença que só a prática do empreendedorismo desenvolve um país. A metodologia de aceleração é desenhada para apoio nos desafios de escala e crescimento. O conceito é utilizado em sua forma mais ampla pela instituição e envolve muito mais do que manter um negócio.
“Nós sabemos que 2020 tem sido um ano bem desafiador para todos nós e para muitos dos empreendedores. Mas sabemos também que, em um ano como esse, os empreendedores nunca precisaram tanto da Endeavor e o país nunca precisou tanto dos empreendedores.” Camilla Junqueira, diretora-geral da Endeavor Brasil
Os planos para o futuro continuam aquecidos. Em 2020, a Endeavor Brasil planeja acelerar mais de 250 empresas de alto crescimento em todo o Brasil, ajudando a estruturar as bases para levar as scale-ups ao próximo patamar.
“Nós sabemos que 2020 tem sido um ano bem desafiador para todos nós e para muitos dos empreendedores. Mas sabemos também que, em um ano como esse, os empreendedores nunca precisaram tanto da Endeavor e que o país nunca precisou tanto dos empreendedores. O Brasil precisa não só de empreendedores que vão crescer e gerar emprego e inovação, mas empreendedores que enxergam o papel e a responsabilidade que eles têm para gerar valor para todo o ecossistema. Vimos vários empreendedores assumindo um protagonismo agora com essa crise fazendo muita coisa bacana para o país, não necessariamente relacionada com seus negócios”, comenta Camilla Junqueira, atual diretora-geral da Endeavor Brasil.
Para a Endeavor, o crescimento das empresas é o melhor indicador da capacidade de realização do empreendedor, já que o negócio é seu veículo de transformação da sociedade. Por isso a organização busca empresas que já apresentam algo crescimento, com um modelo de negócios comprovado pelo mercado e inovador, com diferenciais competitivos claros. Essas empresas são lideradas por empreendedores que contribuem com o ecossistema criando conexões que transformam a vida de outros empreendedores, potencializando o seu impacto e reinvestindo na próxima geração.
Presença global
A Endeavor tem unidades no México, na Turquia e no Japão, espalhadas por mais de 35 mercados. O escritório da Endeavor Brasil está entre os maiores do mundo, contando com mais de 120 empreendedores à frente de negócios nos mais diversos setores.
A organização possui três principais frentes de atuação. A primeira é localizar empreendedores de alto impacto, considerados referência na sociedade em seu setor de atuação. A segunda é educar pessoas, para transmitir a filosofia da inovação. A terceira oferece consultoria econômica, uma vez que esse fator é considerado um dos responsáveis pelas oscilações do mercado e afeta diretamente a atividade dos empresários.
Para entrar no time da Endeavor, as empresas têm que enfrentar um processo seletivo que pode durar de seis a 12 meses. Somente dez empreendedores são chamados a cada mil avaliados. A instituição busca por pessoas que sonham alto e de fato querem mudar o país. Além disso, também são analisados potencial de crescimento do negócio, estágio de maturidade e diferencial competitivo no mercado. Trata-se de conexões e processos que transformam empreendedores e facilitam o crescimento das empresas brasileiras e o potencial multiplicador desses empreendedores no ecossistema. Os empreendedores das empresas selecionadas têm contato com outros que já estão no ramo há mais tempo e se tornaram referência. Além disso, contam com mentores para ajudá-los a administrar seus respectivos negócios.
No início, a organização prestava apoio por meio do Empreendedores Endeavor. Somente podiam entrar para o grupo empresas bem estabelecidas e com faturamento anual entre R$ 2 milhões e R$ 50 milhões. Com o tempo, a Endeavor constatou a necessidade de elaborar um programa de startups estruturado para ajudar negócios de alto potencial, mesmo sem atenderem os critérios exigidos.
Outro requisito é que a empresa já deve estar funcionando, mesmo sem gerar lucros. Selecionado, o empreendedor passa a contar com um padrinho Endeavor para acompanhar quinzenalmente a sua empresa e ajudar a alavancá-la, além de participar de diversas mentorias coletivas. Em troca, o empreendedor oferece todo seu conhecimento futuramente a iniciantes e ajuda a organização a manter seu ciclo girando.
A Endeavor acredita que a história de sucesso de uma empresa inspira uma nova geração de startups, de forma exponencial. O empreendedor que compartilha seus erros evita que outros errem também e o investimento de capital e conhecimento acelera o surgimento de uma nova geração de scale-ups.
