Fórum de Finanças Sociais e Negócios de Impacto mostra a expansão do campo no Brasil
Uma onda de boas notícias animou os palestrantes e as centenas de participantes do Fórum de Finanças Sociais e Negócios de Impacto, realizado na semana passada em São Paulo pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), em parceria com o Impact Hub e a Vox Capital. Durante o evento ficou claro que o conhecimento sobre o tema e sua relevância aumentaram bastante no Brasil desde o primeiro Fórum, em 2014. Hoje, há mais capital para o campo, mais aceleradoras e mais empreendedores e, além disso, essa modalidade de negócios entrou definitivamente para a agenda de grandes empresas, instituições financeiras, hubs, governo, institutos e fundações, family offices, academia, incubadoras e organizações que atuam na base da pirâmide.
Vale lembrar, como observou Daniel Izzo, sócio da Vox Capital, que todo esse movimento dos negócios de impacto socioambiental aconteceu num momento particularmente difícil para a economia brasileira e em meio a problemas sem conta na esfera política.
“É preciso celebrar o crescimento e o amadurecimento do campo de finanças sociais e negócios de impacto. Não se trata mais de modismo passageiro ou coisa de visionários. Ao contrário de quando começamos a levantar a necessidade de expandir as oportunidades e investir capital com propósito, hoje temos vários tipos de atores e outros ecossistemas trabalhando juntos e, mais importante ainda, para além do eixo Rio-São Paulo, com presença em todas as regiões do Brasil”, salientou Célia Cruz, do Instituto Cidadania Empresarial (ICE), que juntamente com Daniel Izzo, da Vox Capital; e Henrique Bussacos, do Impact Hub, participou do painel “A evolução do setor no Brasil de 2014 para cá”.
Destaques do Fórum 2018
Com mais de mil participantes e 170 palestrantes brasileiros das cinco regiões, a edição 2018 demonstrou o interesse e o comprometimento dos diversos atores do campo. “Grandes empresas, instituições financeiras, governo, fundações, family offices e empreendedores da periferia estão integrados ao ecossistema brasileiro que, por sua vez, está conectado com o movimento global. Temos um alinhamento conceitual consistente e dados mais concretos sobre o perfil sobre os negócios de impacto, suas características e demandas”, destacou Célia Cruz.
“Em 2014 havia apenas três fundos preocupados com investimento de impacto: a Vox, a Move e a Kaeté. Hoje temos um grupo diversificado que começa a olhar as diferentes fases dos negócios. Além dos fundos de investimento de impacto, a oferta de capital para o campo contempla várias modalidades. Institutos, fundações e family offices estão comprometidos com as finanças sociais. O governo começa a se mover com o Sebrae e o BNDES. As empresas estão desenvolvendo programas de aceleração para fazer investimentos específicos em temas que interessam a elas. As pessoas físicas estão participando por meio de ferramentas como crowdfunding e crowdlending. Há fundos voltados exclusivamente para dar tração a negócios. E tudo isso dentro da pior crise que o país já passou”, explicou Daniel Izzo.
Na avaliação de Henrique Bussacos, a expansão da temática para outras regiões do país além do eixo Rio-São Paulo é um movimento importante que ganha a adesão de empreendedores sociais. A atuação do Sebrae e do próprio Impact Hub, agora presente em todas as regiões do Brasil, contribuíram para esse movimento. “Temos hoje mais de 60 aceleradoras e incubadoras atuando no desenvolvimento de negócios e uma rede de mais de 70 professores de 40 universidades produzindo conhecimento. E, com a criação da Estratégia Nacional de Impacto (Enimpacto), o tema entrou na pauta do governo federal, com desencadeamento para diversas outras esferas de governo, e com um plano de dez anos. No Fórum, várias frentes estiveram reunidas para criar impacto relevante e conexões. Mais do que adicionar indicadores à história, precisamos assumir riscos e mudar a forma como fazemos negócio”, afirmou Bussacos.
Clique nos links abaixo para ver vídeos do Fórum, que foram oferecidos pelos organizadores.
www.youtube.com/watch?v=kp75d8Qfd8o
www.youtube.com/watch?v=oeblLKX_3rs&t=13277s
