1º Mapa de Negócios de Impacto Social + Ambiental

O estudo 1º Mapa de Negócios de Impacto Social +Ambiental, feito pela Pipe.Social, foi estruturado para investigar os desafios e oportunidades desse ecossistema. A íntegra da pesquisa pode ser acessada pelo link  http://pipe.social/mapa2017

Conduzido pela Pipe.Social, o Mapa revela que, no Brasil, 51% dos negócios de impacto socioambiental declaram intenção ou efetivo impacto no setor de Educação – 291 negócios –, sendo que 66% estão formalizados. Na análise do faturamento, 30% faturam até R$ 100 mil; 16% entre R$ 101 mil e R$ 500 mil; 7% entre 501 mil e R$ 1 milhão; 7% entre R$ 1,1 milhão e R$ 2 milhões; 4% acima de R$ 2,1 milhões; e 3% não informaram.

Embora haja um percentual de 33% de empresas que ainda não faturam, a pesquisa mostra que o setor educacional é um dos mais aquecidos, com soluções para todas as idades, públicos distintos (educadores, gestores, empresas, alunos e pais) e serviços e produtos para dentro e fora da escola.

Segundo Mariana Fonseca, cofundadora da Pipe.Social e uma das responsáveis pela pesquisa, “a questão da educação é um imenso desafio no país e no mundo e quase todos os atores do ecossistema de impacto olham para essa causa com mais atenção. Há uma alta taxa de novos negócios em educação tentando solucionar o desafio desde educação infantil, passando por desenvolvimento de pessoas até novas carreiras e pessoas acima de 60 anos. É um setor bastante plural e que faz interface com outras áreas como educação financeira, que esbarra em Finanças Sociais, ou educação para questões de cidadania, gênero e higiene – que dialogam com outras áreas de impacto como Cidadania e Saúde”, afirma.

Além disso, a coordenadora da pesquisa ressalta a importância de perceber que, proporcionalmente, o número de negócios em educação que escolhem como um de seus modelos de negócios o B2G (business to government) é maior do que em outras verticais da pesquisa – como saúde ou tecnologias verdes. “Cerca de 85% dos alunos das escolas brasileiras estão estudando em escolas públicas. Isso faz com que muitos desses negócios tenham o desafio de vender para o governo e precisem pensar soluções que se adequem à realidade dessas escolas e ao modelo de compra e venda governamental. Muitas parceiros do Mapa, como o CIEB, o Instituto Inspirare ou StartEd da Fundação Lemann trabalham para melhorar esse diálogo entre empreendedores e governo nesse setor.”

O mapeamento baseia-se em pesquisa quantitativa – focada em 579 negócios de impacto social –, trazendo dados e análises qualitativas do contexto do país, além de visões dos principais especialistas em startups e negócios de impacto social. A equipe da Pipe.Social aprofundou os resultados da fase quantitativa com entrevistas para entender os aspectos relevantes do perfil e dinâmica dos negócios. Na base das reflexões, o propósito foi buscar inspirações e boas práticas que possam ser compartilhadas entre os empreendedores.

Principais conclusões do recorte “Educação”

– Entre os 291 negócios focados unicamente ou também na área de Educação, 52% têm entre os fundadores só homens e 22% só mulheres; 65% são do Sudeste, 17% do Sul e 9% do Nordeste. Na análise do modelo de negócio, 57% são B2B, 56% B2C, 43% B2B2C, 35% B2G e 8% C2C.

– Entre os 291 negócios focados unicamente ou também na área de Educação, 33% das empresas não faturam, 30% faturam até R$ 100 mil, 16% entre R$ 101 mil e R$ 500 mil; 7% entre 501 mil e R$ 1 milhão, 7% entre R$ 1,1 milhão e R$ 2 milhões; 4% acima de R$ 2,1 milhões; e 3% não informaram.

– Na análise de investimentos e captação, 40% não receberam investimentos; 24% receberam de Family, Friends and Fools (3F’s); 11% de incubadoras ou aceleradoras; 9% de investidores-anjo; 9% de editais de governo; 9% de investidores formais; 8% de institutos e fundações; 6% de empresas privadas; e 5% de crowdfunding. Dos 80% que estão captando recursos, 36% estão em busca de investimentos até R$ 200 mil; 36% de R$ 200 mil a R$ 1 milhão; e 23% mais de R$ 1 milhão.

– Sobre o impacto, 34% dos entrevistados sinalizam o propósito de impacto em toda comunicação externa; 40% não acham necessário medir o impacto; 24% definiram indicadores, mas ainda não medem; e 23% não definiram indicadores de impacto.

– Entre as ajudas mais urgentes, 46% apontam dinheiro/investidor; 20% mentoria; 18% comunicação; 11% networking; 11% estratégia do negócio; 10% clientes/vendas e 10% gestão do negócio.

– Com 40% dos negócios entre as fases de tração e escala, a maioria (45%) declara ter faturado até R$ 500 mil em 2016. Com as verticais de Cidadania e Cidades, a área de Educação é aquela em que o modelo de venda para órgãos públicos (B2G) é o mais considerado: 35% das menções.

– Há importantes gaps em relação a uma melhor definição do público-alvo e adoção de tecnologias inovadoras na solução ofertada. É essa vertical na qual os negócios mapeados têm dificuldade em detalhar e medir o impacto gerado. Talvez por isso – analisam as coordenadoras do Mapa – os pedidos de ajuda urgente são para mentoria e networking, além de dinheiro, que é a demanda de todas as verticais.

1Graficos

 

 

 

Principais conclusões da pesquisa (Retrato geral do setor)

– Na análise Retrato geral do setor, a pesquisa mostra análises apuradas de 579 negócios de impacto social: 40% das empresas têm menos de três anos de atuação; 70% dos negócios estão formalizados; 90% contam com equipe própria acima de dois funcionários (sendo 19% equipes próprias acima de dez funcionários); 58% foram fundadas somente por homens; 20% possuem somente mulheres como fundadoras.

– Na análise geográfica, 63% estão no Sudeste; 20% no Sul; 9% no Nordeste; 3% no Norte; e 3% no Centro-Oeste. A concentração está em negócios de impacto social na área da Educação (38%); em segunda posição, 23% dos negócios são Tecnologias Verdes; 12% atuam na área de Cidadania; 10% em Saúde; 9% em Finanças Sociais; 8% em Cidades.

–  Na análise do modelo de negócio, 52% dos entrevistados mencionaram o B2B (business to business) como o único ou um dos modelos de negócio adotado; 52% mencionaram B2C (business to consumer); 42% mencionaram B2B2C (business to business to consumer); 27% B2G (business to government); 9% C2C (consumer to consumer); e 6% não sabem.

–  Sobre o modelo de monetização, 44% mencionaram a venda direta única como principal ou uma das formas; 43% a venda direta recorrente; 34% assinatura; 19% publicidade; 15% software como serviço: distribuição e comercialização (SAAS); 14% serviços oferecidos via plataforma/serviço de hospedagem e implementação de hardware e software (PAAS); 9% micropagamentos; 4% infraestrutura como serviço e 6% outras formas.

–  Na análise do tracking do negócio, no último ano, a maioria – 35% dos negócios de impacto social – ainda não fatura; 31% faturaram até R$ 100 mil no último ano; 13% entre R$ 101 mil e R$ 500 mil; 6% entre R$ 501 mil e R$ 1 milhão; 5% entre R$ 1,1 milhão e R$ 2 milhões; e 7% acima de R$ 2,1 milhões.

–  A percepção do impacto social é clara para 43% dos entrevistados que sinalizam o propósito em toda a comunicação externa do negócio. Para 31% dos empreendedores, ainda não estão definidos os indicadores de impacto para que possam medi-lo; 28% definiram indicadores, mas ainda não medem o impacto de maneira formal.

– Entre os 13% que já atingiram escala, 29% faturaram acima de R$ 2 milhões; 7% receberam investimento via private equity; 5% via corporate venture; e 4% via venture capital. Na formalização societária, 61% desses negócios estão formalizados como Ltda e 18% como SA.

 Metodologia

O 1º Mapa de Negócios de Impacto Social + Ambiental é um levantamento inédito, conduzido pela equipe da Pipe.Social – plataforma de conexões para fomentar o ecossistema de impacto no Brasil. O estudo foi estruturado para entender melhor os desafios e oportunidades desse ecossistema – que existe há pouco mais de 10 anos no país – e aprender mais sobre os empreendedores que estão construindo e fomentando um novo setor da economia. O mapeamento conta com uma pesquisa quantitativa – focada em 579 negócios de impacto social –, trazendo dados e análises qualitativas do contexto do país, além de visões dos principais especialistas em startups e negócios de impacto social. A equipe da Pipe.Social aprofundou os resultados da fase quantitativa com entrevistas para entender os aspectos relevantes do perfil e dinâmica dos negócios. Na base das reflexões, o propósito foi buscar inspirações e boas práticas que possam ser compartilhadas entre os empreendedores.

Os setores mapeados – alinhados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas – foram consolidados em seis verticais de impacto social.

 – Educação: negócios com soluções para todos os segmentos de educação da primeira infância ao ensino superior, atuando em diferentes níveis (pais, alunos, professores, gestores e governo).

–  Saúde: desde negócios com soluções específicas para problemas de gestão da saúde (atendimento, governança, análise de dados, redução de custo) até soluções com foco na melhoria da qualidade de vida de pacientes (diagnósticos, tratamentos, prevenção, suporte, cura).

– Finanças sociais: serviços financeiros voltados para a base da pirâmide, visando redução de custos e escala em áreas como acesso a crédito, transações financeiras, educação financeira, formalização de negócios etc.

–  Cidadania: negócios com soluções para democracia, gestão de governo, transparência, engajamento cívico, inclusão social, questões de diversidade e gênero, direitos e deveres do cidadão.

–  Cidades: negócios com soluções para mobilidade urbana, habitação, monitoramento de dados, segurança pública, uso de áreas públicas e demais desafios urbanos.

–  Tecnologias verdes: todos os tipos de negócios que têm impacto ambiental (energia, água, poluição, reciclagem, resíduos), projetos com impacto em agricultura, biotecnologia, análises de atmosfera, soluções para preservação de fauna e flora.

O Mapa traz grandes inovações e mostra que, pela primeira vez, o ecossistema se reúne para uma ação conjunta de mapeamento desses negócios. Na prática, a Pipe.Social articulou cerca de 40 organizações que somaram esforços para entender melhor o pipeline atual e as demandas e oportunidades dos negócios nos diferentes estágios de maturação. Pipe.Social, Itaú, Cieb, Força Tarefa de Finanças Sociais, Acelera Partners, Amani Institute, ANDE, Anprotec, Artemisia, Baanko, Bemtevi, BioStartup Lab, Capitalismo Consciente CESAR, Comitê CleanTech, Din4mo, Endeavor, ICE, Impact Hub, InovAtiva de Impacto, Kaleydos, Libria, MOV Investimentos, NESsT, Pillow, ponteAponte, Plug, Innovaction Institute, Instituto Quintessa, Inspirare e Apreender, Sistema B, SITAWI, Social Good Brasil, Start-Ed, Vox Capital, Worth a Million e Yunus Negócios Sociais são os parceiros da iniciativa.

O 1º Mapa de Negócios de Impacto Social + Ambiental foi coordenado por Carolina Aranha, Mariana Fonseca e Lívia Hollerbach, sócias-fundadoras da Pipe.Social.

A PIPE.SOCIAL

Fundada por Carolina Aranha, Mariana Fonseca e Lívia Hollerbach, a Pipe.Social é uma vitrine de negócios sociais que surgiu com o desejo de provocar conexões de impacto no Brasil. Uma plataforma para que negócios de impacto sejam vistos e também se reconheçam dentro do universo de possibilidades que o ecossistema hoje oferece. A empresa atua em quatro pilares. Como uma Vitrine de Negócios, a Pipe mapeia, recruta e evidencia negócios de impacto pelo Brasil para que sejam expostos a recursos, acelerações, capacitações, mentorias, parcerias e ofertas. A empresa realiza chamadas nacionais e internacionais para processo de seleção para parceiros, contando com “antenas” distribuídos no país para garimpar novos negócios. Em Monitoramento do Ecossistema, a equipe oferece serviços de validação de cadastros, negócios e ideias, curadorias de tecnologias e matching com teses de investimento e impacto – além de pesquisas e forecasting de mercado. Em Corporate Innovation, oferece acesso à inovação para grandes empresas por meio de laboratórios com startups de impacto.