Parceria TEM e Generali amplia acesso a serviços de saúde

Empresas acreditam que, em no máximo quatro anos, atingirão de 6% a 7% dos 155 milhões de brasileiros que não têm plano de saúde, chegando à marca de 10 milhões de segurados

Depois de gerar um retorno de 75% para o investimento de R$ 3 milhões feito pela Vox Capital em 2015, a TEM, negócio de impacto social que viabiliza o acesso da população ao serviço particular de saúde, ficou nas mãos dos seus quatro sócios fundadores e firmou uma parceria com a Generali Brasil Seguros, subsidiária do Grupo Generali. Com base na crença de que “a saúde é um direito de todos”, a TEM, operadora de cartões pré-pagos de saúde, conta com uma rede de milhares de prestadores de serviços de saúde que oferecem preços mais acessíveis aos clientes. Com a parceria, a TEM poderá oferecer pacotes de serviços mais atraentes e completos.

A parceria com a Generali foi simultânea à saída da Vox Capital, gestora especializada em investimento de impacto, que detinha 25% do capital da TEM. A saída da Vox foi considerada um marco na área de investimento de impacto no país, pelo retorno atraente obtido com o investimento, com lucro de 26% ao ano. “A saída da Vox foi muito bem-sucedida. Foi interessante para eles e para nós. Nós recompramos os 25% que a Vox tinha na TEM. A operação com a Generali não é uma operação de investimento. A empresa fez um aporte financeiro que pode ser convertido em ações, no prazo de 24 meses. Firmamos uma parceria comercial e de marketing, visando aumentar a distribuição do produto e trazer mais opções de serviços para o nosso portfólio. A TEM continua com o mesmo foco de viabilizar acesso à saúde para mais pessoas. O que muda é só a escala, o nosso fôlego e a nossa capacidade de ser mais abrangente”, explica Glaucia Saffa, CMO da rede e sócia-fundadora, junto com Fernanda Ferraz, Tuca Ramos e Igor Pinheiro.

Por sua característica de venture capital, a Vox é um fundo que investe essencialmente em empresas que estão na fase de maturidade inicial da operação. “É diferente de um investimento anjo, que pode investir em uma operação que é apenas uma ideia. Esse tipo de investimento exige que a empresa já esteja operando. Com isso, o modelo de negócio vai tomando corpo, que é o que aconteceu com a gente”, afirma Glaucia.


Novos pacotes incluem de seguros de internação hospitalar a apólices de diagnóstico de câncer feminino


Para a Generali, a operação marca a entrada da seguradora em um dos mercados que mais crescem no país, o de atendimento de saúde popular, formado majoritariamente por startups; 155 milhões de brasileiros não possuem planos de saúde e dependem do SUS. A TEM e a Generali acreditam que, em no máximo quatro anos, atingirão de 6% a 7% das pessoas desprovidas de planos, chegando à marca de 10 milhões de segurados. Para Glaucia, ser um negócio de impacto social independe do patamar da empresa, mas está relacionado com o que se propõe a fazer, do tipo de serviço que se pretende entregar.

Com a Generali, a TEM iniciou o processo de alavancagem da operação. A meta é oferecer pacotes que incluem desde seguros de internação hospitalar para possibilitar uma renda pelo período em que o cliente está internado, impossibilitado de exercer suas atividades profissionais, até apólices de diagnóstico de câncer feminino. “São exemplos de produtos que conseguimos desenvolver com a Generali, para fazer pacotes mais atraentes e completos. Se uma pessoa não pode ter um plano de saúde com uma cobertura tradicional, ela pode ter mais segurança”, complementa.

Solução inovadora e de impacto

Criada em 2014 para viabilizar o acesso à saúde particular para a população de baixa renda e sem plano de saúde, a TEM é uma administradora de cartões que utiliza a engenharia e as regras do sistema financeiro, bem como a tecnologia, para entregar ao mercado uma solução inovadora e capaz de gerar impacto social. Opera em todo o Brasil e já emitiu mais de 2 milhões de cartões; conta com mais de 4 mil unidades de atendimento, 22 mil tipos de serviços e 11 mil farmácias que oferecem descontos de 20% em qualquer medicamento. Os valores dos procedimentos são definidos com cada profissional de saúde a partir de tabelas médicas de referência, com a condição de que o valor do atendimento cobrado dos associados seja menor do que o praticado no atendimento particular. Atualmente, a economia média nacional no valor das consultas é de 57%.

Basta o cliente acessar os canais da empresa para solicitar agendamento, que pode ser feito pelo APP, website, 0800 ou WhatsApp e, no máximo em 48 horas, ele recebe retorno com o dia e horário de seu agendamento. Dessa forma, o paciente não perde tempo entrando em contato com vários consultórios e laboratórios. O que garante o menor preço é o uso da agenda disponível dos serviços médicos. Para efetuar o pagamento, o segurado carrega o cartão de débito pré-pago e paga um valor reduzido em até 70% pelos atendimentos e dentro da faixa de preço garantida pelo cartão.

“A ContaSaúde é apenas uma embalagem diferente, uma mudança no conceito para facilitar o entendimento do produto. Como uma conta de banco, onde colocamos um valor todos os meses para realizar compras por meio de um cartão. A conta pode ter um pacote de serviços, pelo qual se paga uma taxa. A ContaSaúde é uma conta para cuidar da saúde por meio de um cartão. A TEM não é uma empresa do segmento de saúde, mas uma administradora de cartões que oferece serviços relacionados a saúde. Não concorremos com planos de saúde porque oferecemos serviços diferentes”, explica Glaucia.

Em 2017, a TEM faturou R$ 6 milhões e a expectativa é superar a marca de R$ 10 milhões definida para 2018. A visão de futuro da empresa é consolidar sua posição como bandeira e oferecer soluções tecnológicas para ampliar o acesso à saúde, aprimorar a máquina financeira facilitando o financiamento, parcelar recargas, desenvolver funcionalidades novas no aplicativo e realizar melhorias no agendamento.