Equipe da Din4mo e participantes do 1o Seminário de Blended Finance do país. Foto: Divulgação

Há cada vez mais iniciativas no mundo tentando mover o capital para negócios de impacto social e ambiental. Modelo inovador de financiamento que combina recursos de fontes diversas, o blended finance vem se transformando em um instrumento poderoso, capaz de mobilizar o capital privado para negócios de impacto alinhados aos ODS. A mobilização é urgente e essencial para ampliar as chances de êxito de negócios que propõem soluções em larga escala para os principais desafios da população de baixa renda. O 1o Seminário de Blended Finance do país, realizado pela Din4mo, Convergence e InvestSocial, mostrou que este caminho já é uma realidade possível.

Modelo inovador de financiamento que combina recursos de fontes diversas – privados, sociais ou públicos –, o blended finance vem trazendo um fluxo cada vez maior de investimentos para a área de negócios de impacto social, transformando-se em um instrumento poderoso, capaz de viabilizar as metas da Agenda 2030 das Nações Unidas. Para alcançar até esta data os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estima-se que serão necessários recursos adicionais de US$ 2,5 trilhões ao ano. Governo e filantropia apenas não conseguiriam chegar lá, o que faz com que seja urgente mobilizar o capital privado e desenvolver instrumentos inovadores de investimento para negócios de impacto socioambiental alinhados aos ODS.

Foi com a intenção de apresentar estratégias inovadoras que impulsionam projetos e negócios de impacto social voltados aos ODS que a Din4mo realizou, em setembro, o 1o Seminário de Blended Finance do país, em parceria com a Convergence Finance e a InvestSocial. “Nós precisamos do setor privado, do setor público e do setor social trabalhando juntos. Não podemos mais pensar em impacto ou lucro, mas sim em impacto com lucro”, afirmou Marco Gorini, CEO da Din4mo. “Temos o privilégio de acordar todo dia e fazer o que a gente ama fazer, o que a gente quer; de encontrar propósito e significado; e ainda viver disso. Quanto mais a gente inspirar as pessoas a fazerem isso, independente de onde elas estejam nas organizações, acho que conseguimos fazer a necessária mudança de chave”, afirmou Gorini.

Marco Gorini, CEO da Din4mo: “Temos a crença de que é por meio de empreendimentos, de soluções de mercado, de negócios de impacto, que a gente consegue transformar esse mundo, servindo as famílias e as comunidades de baixa renda mais vulneráveis.” Foto: Divulgação

O evento comemorou também os cinco anos de atuação da Din4mo, empresa que trabalha para fazer com que empreendimentos com foco em impacto social e ambiental ampliem suas chances de êxito. Entre as frentes de ação da Din4mo estão fortalecer empreendedores de impacto que resolvem problemas sociais, desenvolver instrumentos inovadores e distribuir investimentos de impacto, e inspirar e apoiar o ecossistema de investimento de impacto.

“Temos a crença de que é por meio de empreendimentos, de soluções de mercado, de negócios de impacto, que a gente consegue transformar esse mundo na direção que a gente quer, servindo as famílias e as comunidades de baixa renda mais vulneráveis. Estou falando de empreendedores, institutos, fundações, todos aqueles que de alguma forma são change makers, que querem transformar essa realidade. A gente pode atuar construindo um contexto que possa ser mais fértil para que as ideias que emergem desses empreendedores incríveis possam ter mais êxito”, destacou Gorini.

Os negócios de impacto socioambiental – que propõem soluções em larga escala para os principais desafios da população de baixa renda – enfrentam grandes dificuldades de financiamento. Como incentivar estes negócios que promovem o desenvolvimento humano e ampliam a oferta de oportunidades iguais para todos? Como ampliar as soluções e o impacto na vida das pessoas? Estas foram algumas das questões debatidas no seminário.

O poderoso potencial de blended finance para alavancar recursos

Entre os mais de 100 participantes do seminário, há consenso na visão de que os recursos existentes no mercado são suficientes para vencer a agenda 2030. E o blended finance, ao combinar o capital de investimento de mercado e o capital filantrópico, tem um grande potencial para alavancar esses recursos. Segundo Joan Larrea, CEO da Convergence, a lacuna de US$ 2,5 trilhões/ano não é muito significativa. “É um número pequeno, se olharmos para o que o setor privado faz, para o investimento global. O capital privado pode e deve ser atraído para essa agenda, especialmente em mercados emergentes”, afirmou Joan. E esses recursos poderão se somar a outros já disponibilizados por investidores cada vez mais interessados em direcionar capital para ampliar impacto socioambiental positivo, em geral de setores como filantropia, investimento social privado, investidores de impacto e agências e fundos de desenvolvimento.

Joan Larrea, CEO da Convergence Finance

 

Na Terceira Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em julho de 2015, o conceito de blended finance foi reconhecido como uma solução para a falta de financiamento dos ODS.


Na Convergence, dados e inteligência constroem uma base de evidências para operações de blended finance. A empresa tem um banco de dados de mais de 480 operações de blended finance no mundo.


 

A Convergence é uma rede global de blended finance. A empresa gera dados, inteligência e fluxo de negócios para aumentar o investimento do setor privado em mercado emergentes. Envolve uma rede de mais de 200 organizações dos setores público, privado e instituições filantrópicas. Dados e inteligência constroem uma base de evidências para operações de blended finance, incluindo histórico de negócios, relatórios de tendências, estudos de caso, dados de regiões e de setores, e webinars.

Aakif Merchant, associado Senior da Convergence Finance

Segundo a Convergence, o mercado global de blended finance mobilizou US$ 132 bilhões entre 2005 e 2018, com o envolvimento de mais de mil investidores. Entre os investidores, 19% são do setor público; 19% do setor filantrópico; e 62% do setor privado. Em termos de regiões, a mais favorecida é o sudeste da África, com 42%; América Latina (17%) e  Sudeste da Ásia (17%). “Há um interesse crescente e esperamos um crescimento ainda maior”, afirmou em sua palestra Aakif Merchant, associado senior da Convergence.

A Convergence tem um banco de dados de mais de 480 operações de blended finance realizadas que foram confrontadas com os ODS a fim de verificar o alinhamento. Os cinco principais ODS contemplados foram:

  1. ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico: 79%
  2. ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura: 79%
  3. ODS 1 – Erradicação da Pobreza: 70%
  4. ODS 10 – Redução das Desigualdades: 44%
  5. ODS 7 – Energia Acessível e Limpa: 34%

Entre os ODS menos comtemplados pelas operações globais de blended finance estão ODS 14 – Vida na água (1%); ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Eficazes (1%); ODS 12 – Consumo e Produção Sustentáveis (3%); ODS 4 – Educação de Qualidade (7%); e ODS 6 – Água Potável e Saneamento (7%).

Também entre 2005 e 2018, os setores que mais receberam recursos de blended finance foram energia (29%), serviços financeiros (24%), agricultura (14%); e infraestrutura (12%). Educação e a área social ainda não estão bem representados.


O modelo blended finance reúne diferentes tipos de dinheiro e cria uma estrutura na qual todos falam a mesma língua, voltados para os objetivos de impacto


 

E por que o setor privado não aloca mais recursos para os ODS? “Porque o setor privado enxerga muito risco e pouco retorno”, diz Joan. Por essa razão, blended finance é uma ferramenta importante para atingir os ODS. Com o blended finance há um mix, como o próprio nome diz, uma mistura de recursos de filantropia, públicos, de investimentos sociais e privados. Essa união torna possível contar com o investimento privado. A filantropia quer retorno social; investidores de impacto e sociais querem retornos sociais e financeiros, com preservação do capital. Já o investimento comercial quer retorno de mercado (acima da preservação de capital) e não considera o retorno social.

O evento comemorou os cinco anos de atuação da Din4mo no país, empresa que trabalha para fazer com que empreendimentos com foco em impacto social e ambiental ampliem suas chances de êxito

Com a criação de fundos, debêntures, empresas e projetos baseados em blended finance, é possível combinar os diferentes tipos de abordagem em uma única estrutura, na qual cada ator assume um perfil de risco/retorno que é aceitável, ao mesmo tempo em que atinge seus objetivos. Blended finance é assim uma estrutura capaz de lidar com diferentes tipos de dinheiro. Uma estrutura que fala a mesma língua e que está voltada para os objetivos de impacto.

Como atrair o setor privado para investimentos de impacto?

Segundo Aakif Merchant, associado Senior da Convergence, “em geral nos referimos ao setor privado como um bloco único. Como atraímos investidores do setor privado? Há investidores de impacto, fundos de private equity, fundos de pensão, empresas de seguros, bancos… São organizações que pensam diferente, com características e necessidades diferentes. É importante entender essas diferenças para fazer a conexão e organizar as instituições locais. As instituições locais podem abrir caminhos e investir em metas mais adequadas ao contexto do país”.

O sucesso global das operações de blended finance, segundo Merchant, exige a participação significativa de grupos-chave de stakeholders. Entre eles estão:

  • agências de desenvolvimento como USAID, Aecid, SIDA;
  • bancos de desenvolvimento multilaterais e instituições nacionais de financiamento do desenvolvimento como IFC, European Investment Bank, EDFI, OPIC, ADB (Asian Development Bank);
  • investidores privados como Deutsch Bank, UBS; Allianz, Credit Suisse, Storebrand, Citi;
  • fundações filantrópicas como Bill and Melinda Gates Foundation, Rockfeller Foundation, Ford Foundation, Calvert Foundation, Omidyar Network, Done Foundation, MacArthur Foundation

Na análise de Aakif Merchant, as agências de desenvolvimento em geral têm orçamentos maiores e a habilidade de oferecer mais capital de risco. Além disso, ajudam a atrair investidores privados para as transações, criando perfis aceitáveis de risco-retorno. No caso dos bancos multilaterais de desenvolvimento e instituições de financiamento de desenvolvimento, há uma significativa expertise de investimento e amplas redes com base na presença em economias emergentes. Estas instituições em geral participam de transações de blended finance por meio de instrumentos como empréstimos e equity. Têm também um escopo muito amplo para estruturar transações e implantar mecanismos de participação de risco para atrair capital privado.

Os investidores privados, por sua vez, têm pools de capital significativos que poderiam ser investidos em países em desenvolvimento por meio de blended finance.  E as fundações filantrópicas têm um papel catalisador, providenciando de seed funding a larga escala e outras iniciativas.

De acordo com a OCDE, o volume total de funding para desenvolvimento foi de US$ 24 bilhões entre 2013 e 2015. A Gates Foundation participou com 26 investimentos; Omidyar Network com 24 investimentos; e Shell Foundation com 22 investimentos.

A América Latina, segundo dados da Convergence, já recebeu um fluxo de financiamentos via blended finance de US$ 13,4 bilhões, com 85 transações realizadas até hoje. O Brasil representa 5% do fluxo de recursos da região. O país com maior número de transações é o México. O número de transações teve um forte aumento entre 2017 e 2018, passando de 73, em 2016, para 85 em 2018. “Acredito que o Brasil terá um forte papel nessa expansão”, destacou Merchant.

Princípios e práticas de investimento do setor privado

Para Alexei Bonamin, da TozziniFreire Advogados, “o mundo está mudando em uma velocidade muito rápida e o blended finance traz uma questão grande de propósito para mudar o mundo”. Bonamin foi o moderador do painel Princípios e Práticas de Investimento do Setor Privado, que teve a participação de Eliane Lustosa (ex-BNDES), Humberto Matsuda (ABVCAP), José Alexandre Vasco (CVM) e Joan M. Larrea (Convergence Finance).

José Alexandre Vasco, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), acredita que o Estado precisa se reinventar para atender a demanda por investimentos de impacto. Ele afirmou que “um grupo de trabalho específico da CVM está desenvolvendo instrumentos de impacto social, e blended finance faz definitivamente parte da agenda. Este ano e o ano que vem, o Laboratório de Inovações Financeiras vai, dentro da agenda de impacto, estudar novas formas de facilitar a utilização dessas técnicas e estratégias a fim de viabilizar, com diferentes fontes de recursos, os investimentos de impacto social”.

O painel Construindo Parcerias Eficazes de Blended Finance teve a participação de Carolina Douek, da IFC; Guilherme Zaniolo Karam, da Fundação Boticário; Marco Gorini, da Din4mo; e Mariana Almeida, da Fundação Tide Setubal, com a moderação de Célia Cruz, do ICE.


 “A ODS Zero, talvez a mais relevante, é a ODS de transformação do nosso mindset. Talvez essa seja a ODS principal que a gente precisa trabalhar.”

Marco Gorini, CEO da Din4mo


 

Marco Gorini destacou a importância das pessoas na articulação de parcerias. “A gente não faz negócios com o CNPJ, é com pessoas. E a gente fala pouco das pessoas. Eu acho que o ponto central é ter um olhar primordial para quem está do outro lado. Quem são essas pessoas dispostas a inovar, a construir pontes? Quem é esse ser humano que está do outro lado e que precisa ser entendido? É preciso um olhar sociológico, antropológico, para construir relações de confiança. Saber quais são as características, perfis, atributos dessas pessoas nas organizações. Porque o diálogo começa com essas pessoas. Aprender a mapear essas pessoas, o seu brilho nos olhos, é essencial. Senão a gente se perde nos meandros da burocracia”. Gorini acredita também que é preciso trabalhar a “ODS Zero”, que é a de transformação de mindset. “Esta talvez seja a principal ODS”.

Célia Cruz destacou que há cada vez mais iniciativas no mundo tentando mover o capital para impacto. Lembrou que o ICE desde 2012 colocou como missão trabalhar nesse campo dos investimentos de negócios de impacto. “Começamos a atuar na conexão entre quem tinha capital e os empreendedores. E logo vimos que um ator fundamental era o intermediário, que estava ajudando a construir esse ecossistema. E que se a gente não apoiasse esse intermediário a gente não ia ver esse capital indo para esse impacto que queríamos. E entendemos que era preciso olhar não apenas para os instrumentos financeiros tradicionais mas para os inovadores”.

Mariana Almeida, da Fundação Tide Setubal, destacou que a Fundação atua em várias frentes buscando alternativas para a redução das desigualdades socioterritoriais, com projetos de inovação na periferia e apoio a organizações, do próprio território. “Hoje atuamos diretamente no bairro de São Miguel, na Zona Leste. Frentes  como educação, cultura, saneamento e habitação estão entre as envolvidas. Iniciativas como o Fundo Zona Leste e o Vivenda, no lançamento de debêntures, também tiveram o apoio da Fundação. Houve uma mudança de mindset na Fundação que foi importante, com a ideia de que dá para escalar, dá para ter mais impacto. Houve uma virada de chave. Acredito que é importante aumentar o número de pessoas conversando sobre o assunto, para ampliar as boas soluções financeiras com boas soluções sociais.”

 O case Vivenda

O Programa Vivenda nasceu para mudar a qualidade de vida das famílias de baixa renda. O mercado de reformas populares, que tem um potencial de mercado de R$ 300 bilhões, traz oportunidades e desafios importantes. Um dos grandes desafios era encontrar o financiamento adequado para escalar. Segundo a ONU Habitat, há um bilhão de pessoas no mundo hoje vivendo em comunidades vulneráveis, em favelas. Em 2030 serão 2 bilhões de pessoas.

“O Programa Vivenda está com a gente há quatro anos. Muito orgulho de falar isso. São quatro anos vivendo as dores, vivendo os desafios de como fazer esse negócio escalar, ser replicado”, lembra Marco Gorini, CEO da Din4mo. “O primeiro grande desafio era como a gente financia esse processo. Como, olhando para as financiadoras, startups e famílias, encontramos um modelo que seja ganha-ganha.  No empreendedorismo, o problema não é o endividamento. É a qualidade do endividamento. É um endividamento caro e de curto prazo. O que a gente precisa é mudar as condições dessa dívida para que ela seja positiva”, afirma Marco Gorini.

No início, o modelo do Vivenda era muito filantrópico. Conseguia atender o topo, que podia até pagar a vista. Mas a maior parte das pessoas não podia ser atendida, porque uma reforma custa R$ 5 mil e a parcela de pagamento não poderia passar de R$ 200,00, R$ 250,00, para que fosse confortável para esse público.

Entre 2017 e 2018, com capital do próprio negócio viabilizado por meio de uma captação de crowdequity conduzida pela Din4mo, o Vivenda começou a parcelar em 12 vezes. Ainda assim, as possibilidades de expansão eram limitadas. Várias perguntas começaram então a ser formuladas: como estruturar uma operação a mercado para uma startup de impacto? Como engajar atores do mercado financeiro? Como atrair atores filantrópicos / concessionais para esse perfil de investimento? Como mobilizar investidores tradicionais para uma estrutura fora do padrão? Como encontrar o balance ganha-ganha entre impacto, prazo, risco e retorno? Oferecer uma taxa de juros para a família que fosse justa e viabilizasse a operação?

Foi então que surgiu a ideia de lançamento da primeira debênture de impacto social do Brasil, em junho de 2018. “O blended para mim, muito mais do que a ferramenta, diz respeito ao blending cultural. A gente precisa fazer com que as culturas conversem. Fazer com que as mentes se aproximem. E encontrar um equilíbrio que seja um ganha-ganha para todos em uma mesma estrutura”, afirma Gorini.

A próxima etapa foi reunir um time capaz de fazer isso. Veio o Grupo Gaia, surgiu a InvestSocial (uma joint venture entre o Grupo Gaia e a Din4mo para estruturar operações de impacto socioambiental); e a entrada da Fundação Tide Setubal com capital concessional foi muito significativa. A meta era captar R$ 5 milhões, com prazo de 10 anos, parcelas médias de R$ 200,00, a 7% ao ano. “Isso é disruptivo para o Brasil”, afirma Gorini. A solução estruturada criou o potencial de tornar o modelo escalável, sustentável e replicável.

“Outra característica é que 70% do prêmio vai para a comunidade em equipamento urbano, não vai para o caixa do Vivenda. Vai para equipamento públicos – escolas, quadras, organizações sociais. Então é um projeto muito ganha-ganha”, diz Gorini.  A estrutura blended foi associada a uma outra estrutura de mercado, a revolvência, o que permitiu a possibilidade de transformar R$ 2 milhões em R$ 40 milhões de vendas ao longo dos anos; e o benefício para 1.600 para um benefício a 32 mil pessoas.

Há muitos desafios ainda para a expansão do blended finance, segundo Gorini, mas grande parte deles dizem respeito ao mindset. Uma questão de aprendizado, cultura jurídica, de mudança interior.


Blended Finance pode ser uma alavanca poderosa na criação de infraestrutura para impulsionar a agenda de impacto global

  • US$ 350 trilhões em ativos financeiros x US$ 90 trilhões de gap para sucesso dos ODS 2030
  • O maior desafio não é falta de recursos, mas ressignificar sucesso para permitir novas escolhas
  • A mudança que necessitamos é interior e não exterior
  • O padrão de hoje foi a inovação de ontem, fruto de escolhas ousadas de alguém que inovou
  • Nutrir o que nos une em um propósito eleva engajamento e mitiga o estresse do que nos afasta
  • A curadoria de impacto é essencial para evitar o greenwashing / social washing
  • Errar é uma etapa natural na jornada do aprendizado e da evolução
  • Direcionar recursos sem desenvolver os ativos que serão capazes de absorvê-los não resolve
  • Não é filantropia x blended. É filantropia + blended

 Duas palavras, na visão de Gorini, sintetizam a oportunidade que o blended traz: 1) coragem, no sentido etimológico mesmo; coragem quer dizer ação pelo coração. Essa ação pelo coração endereça a segunda palavra, que é a empatia. “Se a gente não construir relações empáticas e começar a tomar decisões mais baseadas no coração, dificilmente a gente vai construir relações de confiança. E sem relações de confiança não existe blended finance”, diz Gorini.

Ao encerrar o evento, João Paulo Pacífico, fundador do Grupo Gaia, destacou que é importante todos se perguntarem que mundo querem deixar para seus filhos. “Se cada empresa, cada investidor, cada pessoa, colocar o impacto que ele está causando no mundo como uma variável importante da sua vida, certamente a gente pode mudar. A gente pode fazer um futuro muito melhor para todos nós.”