Anjos do Brasil celebra 10 anos e lança movimento pelo combate à pobreza

Maria Rita Spina Bueno, diretora-executiva da Anjos do Brasil

Foram 30 startups investidas em 2021, ano em que a organização celebrou 10 anos de atuação, reforçando a conexão virtual entre investidores anjos e empreendedores. Para 2022, a Anjos do Brasil adiciona um novo movimento à sua missão: o Anjos pelo Combate à Pobreza, com a meta de continuar a contribuir para resolver os grandes desafios do país.

Em um ano desafiador como foi 2021, a Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos que tem o objetivo de fomentar o crescimento do investimento anjo ​para o apoio ao empreendedorismo de inovação brasileiro, teve muito a comemorar. “Nunca tivemos uma atuação tão nacional e diversa, com 520 investidores e 30 investidas em todas as regiões do país. Foi o ano em que a Anjos do Brasil fez 10 anos, e completar uma década com esses resultados é gratificante”, comenta Maria Rita Spina Bueno, diretora-executiva e fundadora da Anjos do Brasil

Os investimentos somaram mais R$ 15 milhões. Além do grupo de investidores associados, a Anjos atua como órgão de fomento e trabalha com políticas públicas, com proposições para a regulamentação, como aconteceu com o marco legal das startups.

Entre os 30 deals realizados em 2021, 18 foram coinvestimentos entre agentes do ecossistema. E startups de 14 setores receberam investimentos. Os principais setores foram:

  • Agricultura / Agritech
  • Serviços Financeiros / Fintech
  • Educação / Edtech
  • Serviços para empresas / Adtech

Também em 2021, a Anjos do Brasil chegou à marca de 10 mil startups avaliadas, o que possibilitou o conhecimento de muitos projetos e inovações em diversos setores. A diversidade começou a ser mensurada de forma mais precisa – segundo pesquisa realizada pela organização, mais de 50% das startups investidas pela rede têm mulheres entre os fundadores e 30% têm empreendedores pretos ou pretas. Segundo Maria Rita, que também é fundadora da Mulheres Investidoras Anjo (MIA), ainda há muito por fazer, mas os dados indicam avanços.

Um comitê de impacto foi criado, formado por investidores da rede, com o objetivo de auxiliar na abordagem do tema das startups de impacto com os membros. Como consequência, apenas no terceiro trimestre de 2021, 23% dos projetos apresentados foram de startups de impacto.

A trilha de Webinários de Impacto da Anjos do Brasil, apresentada ao final de 2021 (para visualizar no YouTube acesse aqui), é um ótimo recurso para quem procura se familiarizar com o ecossistema de impacto e o seu contexto atual no Brasil. Os temas abordados vão desde as diversas possibilidades de investimento de impacto, para quem está iniciando nessa área, até a construção de um portfólio e a visão crítica de investidores, para atores já mais experientes.

O primeiro webinário buscou traçar uma visão geral do ecossistema. Diogo Quitério, coordenador da Aliança pelo Investimento de Impacto, trouxe uma fotografia atual do ecossistema, apresentou ferramentas para a definição sobre o que é impacto e apontou alguns caminhos para investidores se interessarem mais pelo tema.

Para Maria Rita, é importante que o investidor anjo esteja presente nos estágios mais iniciais, participando tanto de captações pequenas – entre R$ 400 mil e R$ 500 mil – quanto de projetos com rodadas maiores, de R$ 1 milhão a 3 milhões, ou entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões. O papel desse investidor vai além da rentabilidade, afirma, porque tem a ver com conhecer melhor o mundo da inovação e devolver benefícios para a sociedade.

Para 2022, a Anjos do Brasil adiciona um novo movimento à sua missão: o Anjos pelo Combate à Pobreza, com foco em criar novos modelos de financiamento com inteligência para negócios de impacto social com propósito de redução da pobreza, adequado às suas necessidades e especificidades, utilizando a experiência acumulada da organização.

Segundo Cassio Spina, presidente e fundador, a Anjos do Brasil almeja, para os próximos dez anos, continuar a impactar positivamente o Brasil e cada vez mais com foco em contribuir para resolver grandes desafios como a questão da pobreza. ”Acreditamos que o empreendedorismo de impacto é um instrumento de alto potencial para solução deste problema, uma vez que o trabalho e geração de renda são meios que possibilitam solucionar de forma sustentável e permanente. Precisamos tratar de forma urgente o desemprego e subemprego, criando oportunidades de trabalho, capacitando e desenvolvendo novas formas de geração de renda. É necessário dar condições e oportunidades para que todos tenham acesso a saúde, educação e moradia, para que possam ser produtivos e tenham sua própria subsistência, não dependendo do auxílio de terceiros para sua sobrevivência”, destaca Cassio Spina.