Vox Capital vende participação na TEM a seguradora internacional

Com a entrada do novo sócio, TEM passará a dar acesso a serviços hospitalares

A Vox Capital vendeu sua participação de 30% na TEM, negócio financeiro de São Paulo criado para gerar impacto social positivo no setor de saúde, para uma seguradora internacional. A notícia foi dada hoje, primeiro dia do Fórum de Finanças Sociais e Negócios de Impacto, por Daniel Izzo, um dos sócios da Vox, na qual também participam Antonio Ermírio de Moraes Neto, Erik Cavalcante e Gilberto Ribeiro.

Izzo revelou que a Vox teve um retorno de 26% ao ano com o investimento de R$ 3 milhões feito por um de seus fundos na TEM, no segundo semestre de 2015. O negócio foi considerado uma evidência do sucesso dos fundos de investimento especializados em investimentos de impacto. A TEM faturou R$ 6 milhões em 2017, valor que deve aumentar para R$ 10 milhões em 2018.

Segundo Izzo, “a Vox vende a participação para dar retorno a seus investidores”. Além disso, o negócio também é importante para a TEM que, com a entrada da seguradora, passará a dar acesso a serviços hospitalares a preços acessíveis para seus clientes. Até agora, a TEM só oferecia acesso com preços reduzidos a consultas, exames e farmácias. A empresa já vendeu 1,5 milhão de cartões. Um cartão que custa em torno de R$ 30 por mês dá direito a consultas e exames para um casal e quatro filhos. O cliente só paga pelas consultas e exames quando usar.

O negócio da TEM

Exemplo concreto de negócio financeiro desenhado para gerar impacto social positivo no setor de saúde, a empresa paulistana TEM começou como uma administradora de cartões pré-pagos que utilizava a engenharia e as regras do sistema financeiro, bem como a tecnologia, para entregar ao mercado brasileiro uma solução inovadora.

A iniciativa foi dos empreendedores Igor Pinheiro, Tuca Ramos, Fernanda Ferraz e Gláucia Saffa, que reuniram suas respectivas expertises na área financeira e recursos próprios, para criar, em 2014, um produto alternativo ou complementar ao sistema de saúde existente no Brasil.

O foco foi a enorme fatia de 150 milhões de brasileiros sem acesso a serviços de saúde particular, bem como os quase 3 milhões que perderam seus planos de saúde nos últimos anos, em função da crise econômica. Ainda no início da operação, em março de 2015, a TEM recebeu investimento (venture capital) da Vox Capital, que se tornou acionista da empresa.

“O produto foi formulado para garantir o acesso da baixa renda a consultas, exames e farmácias. Apesar de não ser um negócio médico, mas sim, financeiro, a TEM procura estabelecer relações mais democráticas, conscientes e sustentáveis entre pacientes e prestadores de serviços de saúde. Com o aporte da Vox, fizemos algumas transformações no modelo de negócio. Começamos como uma administradora de cartões e evoluímos para análise de dados, nos posicionando como fintech,” esclarece Glaucia Saffa, CMO da rede e sócia fundadora.