Modelo C: uma nova abordagem para negócios de impacto mais sustentáveis e efetivos

A nova metodologia, que une o Canvas e a Teoria de Mudança, destaca que é essencial modelar os negócios de forma integrada, articulando tese de impacto e modelo de negócios

Nova abordagem desenvolvida para ajudar negócios de impacto social a desenhar em uma narrativa única a sua lógica de impacto associada ao modelo do negócio, o Modelo C integra duas ferramentas extremamente eficientes que têm sido utilizadas para modelar negócios de impacto socioambiental: o Business Model Canvas, que privilegia a cadeia de resultados, e a Teoria de Mudança, que se concentra no desenho do negócio.

Consolidada em um guia de referência, o Guia Modelo C – #changemodel, a nova abordagem destaca que é essencial aos negócios de impacto considerar que as suas duas dimensões – impacto e retorno – são indissociáveis. “Essa separação não é mais possível. Negócios de impacto socioambiental não são isso ou aquilo, são ambos. Assim, advogamos pelo Modelo de Negócio e Teoria de Mudança, trabalhados em concomitância, a formar um modelo completo – o Modelo C. Completo, compreensível, colaborativo, constante e de conteúdo vivo. O Modelo C respeita, valoriza e se nutre das duas abordagens, porém, com o grande diferencial de integrá-las. Assim, unificando aquilo que é indissociável”, afirmam os realizadores na apresentação do Guia.

A proposta nasce da parceria que reuniu a Move Social e o Sense-Lab, empresas que atuam nos segmentos de planejamento estratégico e inovação, e contou com o apoio do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) e da Fundação Grupo Boticário de Proteção a Natureza.

Para Daniel Brandão, da Move Social, o guia é uma ferramenta de gestão e de planejamento estratégico. “Nossa expectativa com a iniciativa é que o Modelo C ganhe terreno na prática dos negócios de impacto, para que tenha uma leitura mais ampla e possa amadurecer. Quanto maior a colaboração de todos, maior o desenvolvimento do Modelo, para que possa ganhar relevância social e contribuir para negócios de impacto mais sustentáveis e efetivos em sua capacidade de transformação da sociedade”, afirma Brandão.

O Modelo C é resultado do programa “Teoria de Mudança na Prática”, que consistiu na realização de oficinas nas quais foram trabalhadas as teses de mudança de dez negócios de impacto, a partir da modelagem de seus próprios negócios. A principal intenção do modelo é integrar todas as dimensões de um negócio de impacto social ou ambiental. Por isso, ele observa a proposta de geração de mudança socioambiental, o fluxo do negócio que irá gerar receitas e mantém atenção para as capacidades organizacionais necessárias para a implementação do negócio.

Neste modelo, as dimensões de negócios, tipicamente encontradas no Business Model Canvas, estão presentes e demonstram como o empreendimento se sustenta financeiramente por meio de uma lógica de mercado. Entretanto, o fluxo se manifesta de forma paralela ao impacto social ou ambiental, encontrando dimensões similares ou irmãs. Há um movimento no Modelo C que se estabelece da direita para a esquerda, ou seja, do impacto para o negócio, e que mostra a emergência da transformação social associada à geração de resultados financeiros.

Na introdução, o Guia Modelo C define negócios de impacto como “soluções de mercado inovadoras e comprometidas com resultados efetivos para a resolução de problemas sociais e ambientais” – a intersecção entre uma real necessidade de mercado e um problema social ou ambiental relevante. Em outro capítulo, o guia faz também uma breve introdução das ferramentas Teoria de Mudança e Canvas Business Model, com o objetivo de facilitar o entendimento.

Um dos princípios da nova abordagem é que seja constante – o Modelo C pode ser aplicado em qualquer fase do desenvolvimento do negócio. Além disso, é colaborativo – a qualidade do trabalho e os resultados que gera são amplificados com a colaboração de diversas pessoas da equipe e visões externas à organização.

Veja a íntegra do conteúdo do Guia Modelo C.