Instituto Lojas Renner desenvolve ações efetivas para empoderar mulheres na cadeia têxtil

Criado em 2008, o Instituto Lojas Renner, gestor do investimento social privado da Lojas Renner, amplia cada vez mais a abrangência e a profundidade de sua meta – ser referência em negócio de impacto social dentro da cadeia têxtil. “Temos conhecimento desse mercado e é nossa responsabilidade colocar a nossa vocação e o nosso dom a serviço do desenvolvimento social, especialmente de mulheres”, afirma Arno Duarte, coordenador de Responsabilidade Social do Instituto Lojas Renner.

Com essa nova linha de atuação, um dos principais projetos desenvolvidos pelo Instituto é o Empreendedoras da Moda, uma “referência para a idealização de futuro”. “Queremos demonstrar como podemos desenvolver negócios que atendam a cadeia com o empreendedorismo dessas mulheres. Podemos falar disso com propriedade, sabemos os caminhos para fazer isso acontecer e para desenvolver essas pessoas”, destaca Arno Duarte. A meta, com o programa, é promover o empoderamento de mulheres na cadeia têxtil e conectar a Renner com os quatro pilares da economia circular da moda – varejo, pós-consumo, matéria-prima e produção. O programa tem 12 meses de duração e envolve cerca de 40 grupos produtivos com um total de 520 mulheres em várias cidades do país.

Arno Duarte, coordenador de Responsabilidade Social do Instituto Lojas Renner: “A visão do Instituto é ser referência em negócio de impacto social dentro da cadeia têxtil”

Arno Duarte participou do Encontro da Rede Temática de Negócios de Impacto do GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas), realizado em agosto, e falou sobre a atuação do Instituto Lojas Renner. O Portal Notícias de Impacto acompanhou a apresentação de Duarte e destaca alguns temas, a seguir.

Foco nas mulheres

“Ser cúmplice da mulher moderna é a proposição de valor da Renner que, desde 2013, é signatária do Pacto Global e dos Princípios de Empoderamento de Mulheres, ligados respectivamente à ONU e à ONU Mulheres. Os dois compromissos, juntos, apresentam um conjunto de aportes para orientar empresas a incorporarem, em seus negócios, valores e práticas que busquem a equidade de gênero e o empoderamento de mulheres.”

Criação do Instituto Lojas Renner

“O Instituto Lojas Renner foi criado em 2008, como uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) para fazer a gestão do investimento social privado das Lojas Renner S.A. No início, a missão do Instituto era a geração de emprego e renda para mulheres. Nessa linha, foram desenvolvidos 751 projetos e investidos quase R$ 50 milhões, valor dividido entre incentivos fiscais e investimento direto.”


“Nossa visão é ser a referência

em negócio de impacto social

dentro da cadeia têxtil”


Investimentos e visão de futuro

“Assumi o Instituto em janeiro e fui atrás do que havia sido feito, dos números, do que a gente estava deixando de legado com esses projetos que apoiamos. E me surpreendi ao constatar que 65% do valor investido era de incentivos fiscais – lei do esporte, do idoso, fundo da criança e do adolescente – não conectado com a nossa cadeia de negócio. Cerca de 14 milhões – 35% – eram de investimento direto. Fazendo uma análise de valor, nos perguntamos se isso era muito ou pouco, e começamos a nos questionar qual seria a nossa visão para o futuro. Dominamos a cadeia têxtil, temos conhecimento desse mercado. É nossa responsabilidade, portanto, colocar a nossa vocação e o nosso dom, a serviço do desenvolvimento social, nesse caso, de mulheres, aumentando o investimento em projetos conectados à cadeia, tornando-os sustentáveis.”

 Referência em negócio de impacto dentro da cadeia têxt

“A nova sede administrativa da Renner, localizada no bairro de Bom Jesus, em Porto Alegre, é um dos prédios mais modernos da cidade: tem todas as certificações ambientais, painel solar, etc. É muito contrastante diante da comunidade, onde moram cerca de 50 mil pessoas. A comunidade não sabe o que acontece dentro daquele prédio, o que a gente faz. Aí a gente volta para a ideia do empoderamento – quantas mulheres existem nessa comunidade, qual é a vocação dessas mulheres, e como a gente conecta essas vocações e esse poder, criando oportunidades. Então chegamos à conclusão de que a nossa visão pode ser: Ser a referência em negócio de impacto social dentro da cadeia têxtil. Essa é a nossa vida. Podemos falar disso com propriedade, sabemos os caminhos para fazer isso acontecer e usar o nosso melhor para desenvolver essas pessoas. Criamos então um projeto chamado Empreendedoras da Moda, que está sendo usado como referência para a nossa idealização de futuro.”

Emprego ou empoderamento?

“O Instituto já tem um histórico de trabalhar com mulheres na cadeia têxtil e um exemplo é a Escola de Costura, que é na linha do emprego. Capacitamos mulheres de uma determinada região para trabalhar com costura. Mas queremos mais. Quando falamos de empreender, de empreendedorismo o que vem à cabeça? Protagonismo, liderança, inteligência emocional, independência, cooperação e o próprio empoderamento. Quando falamos de negócio de impacto, podemos incluir o Empreendedoras da Moda e demonstrar como podemos desenvolver negócios que atendam a cadeia com o empreendedorismo dessas mulheres.”

Empreendedoras da Moda

“No detalhamento do projeto Empreendedoras da Moda, percebemos que não somos apenas um instituto. Estamos no meio termo porque estamos desenvolvendo um programa de aceleração com parceiros e fazendo investimentos. Desenhamos esse programa enquanto instituto, começamos selecionando os grupos produtivos locais e buscando também parcerias locais que possam oferecer por exemplo, um local para incubação, investimento em maquinário ou mesmo comprando a produção. Entendemos também que é necessário fornecer conhecimento técnico para esses grupos porque se queremos inclui-los na cadeia Renner de alguma forma, é necessário ter qualidade de serviço e de produto. Precisamos elevar o nível de qualidade técnica desses produtos. E se falamos de pessoas, precisamos desenvolver também o comportamental, para que os grupos aprendam como trabalhar melhor juntos.”


“Com o Empreendedoras da Moda,

a meta é promover o empoderamento de mulheres

na cadeia têxtil”


 

Capacitação Empreendedora

“A grande questão é o caminho para empoderar essas mulheres. Não se trata mais de uma associação de moradoras, mas um negócio que vai gerar resultados, que vai ter que dividir lucros e atender as necessidades do cliente. Por isso nós incluímos um módulo chamado Capacitação Empreendedora, que consiste em uma imersão no empreendedorismo para que elas entendam como é ter um negócio. Depois entramos com uma mentoria de negócios e iniciamos a preparação para as certificações necessárias. Um detalhe específico da cadeia da Renner que parece simples, mas não é. O fabricante precisa ter diversas certificações que garantam e atestem a conformidade social e as condições de trabalho. Precisamos fornecer essas informações e essa tecnologia para que essas pessoas se tornem nossos fornecedores. Por último, monitoramos a nossa rede para gerar negócios com esses grupos.”

Parceiros

“Trabalhamos com o SESI, SENAI e a Aliança Empreendedora, além de uma parceria com Agustina Comas, uma designer que trabalha com moda e upcycling.

Localidades

“Começamos em julho, em seis localidades: Porto Alegre (RS), em duas cidades nos estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro, e uma de São Paulo. São diversos modelos de atuação – em Porto Alegre, a linha é de costura industrial, com a preocupação de atender as necessidades da comunidade. Em Santa Catarina, o projeto fica próximo ao Centro de Distribuição e será conectado com o processo de logística reversa de roupas. Isso quer dizer quer dizer que as roupas que forem devolvidas pelas lojas ao CD serão transformadas em algo novo. Nesse caso, precisamos entender como colocar esses produtos novos na nossa cadeia. São vários aprendizados que temos pela frente, muito trabalho dentro de casa.”

Expectativas

“O programa Empreendedoras da Moda terá 12 meses de duração e envolve cerca de 40 grupos produtivos com um total de 520 mulheres. Porém, a ideia é apoiar os grupos formados por mais tempo. Nesse desenho, o investimento é maior, mas o número de mulheres beneficiadas pela iniciativa é menor. O aspecto relevante é que estamos aumentando a abrangência e a profundidade desse trabalho. Queremos que o desenvolvimento dessas pessoas seja muito mais profundo e que, quando houver possibilidade, elas sejam incluídas na cadeia da Renner. Estamos colocando energia nesse processo ao invés de entregar o recurso e seguir com a nossa produção. As pessoas que fazem parte desses grupos têm o compromisso de entregar qualidade, desenvolver novas ideias e respeitar a conformidade social. Com esse programa, a meta é promover o empoderamento de mulheres na cadeia têxtil e conectar a Renner com os quatro pilares da economia circular da moda – varejo, pós-consumo, matéria prima e produção.”

Certificação

“As boas notícias já estão acontecendo: no dia 17 de outubro, foi concedida a certificação do módulo Técnicas de Modelagem para as mulheres costureiras da Associação Vila Flores, no complexo Bom Jesus. em Porto Alegre (RS). A iniciativa é resultado da parceria entre o Instituto Lojas Renner e o Ecossistema da Moda Sustentável, e faz parte do programa de incentivo ao empreendedorismo dentro da comunidade, contribuindo para a geração de renda e empoderamento de mulheres. Até dezembro estão previstas oficinas de fotografia de produtos, promoção em redes sociais e exposição de produtos em feiras.”

Lojas Renner

O ano de 1965 marcou o início da história da Lojas Renner S.A. como uma empresa independente do grupo A. J. Renner. Dois anos depois, ela abriu seu capital e, em 2005, tornou-se a primeira corporação brasileira com 100% das ações negociadas na Bovespa, listada no Novo Mercado, mais alto grau de governança corporativa.

No início dos anos 1990, a loja se especializou em moda, com roupas, calçados, acessórios e cosméticos. Em 2002, mais um importante passo foi dado, quando as coleções passaram a ser desenvolvidas a partir de cinco estilos de vida, refletindo um jeito de ser e de vestir, com base em atitudes, interesses, valores, personalidades e hábitos dos clientes. Assim nasceu o slogan “Você tem seu estilo. A Renner tem todos.”

A Lojas Renner possui hoje mais de 500 operações, incluindo a YouCom (moda jovem) e Camicado (moda casa), totalizando aproximadamente 17 mil colaboradores. Em 2017, inaugurou sua primeira operação fora do Brasil, em Montevidéu, no Uruguai. Além disso, a companhia também conta com uma instituição financeira, a Realize.