O Impact Hub SP desenvolve programas, apoia startups, promove eventos, hackatons e atividades, tudo para estimular conexões e conectar pessoas a causas. Em 10 anos, o IH participou muito da evolução do segmento de negócios de impacto, ajudando a fortalecer o ecossistema.
Cerca de 72 mil pessoas circulam por ano pelos espaços do Impact Hub São Paulo, que comemora o seu 10º aniversário. Em 2018, 30 organizações do setor de impacto se juntaram às startups residentes, consolidando uma comunidade conectada que desenvolve projetos de impacto socioambiental, inova e movimenta o campo de empreendedorismo social.
A ideia do Impact Hub (IH) começou há 12 anos, em Londres, quando quatro jovens reuniram em um mesmo espaço pessoas que pensavam de forma parecida e queriam mudar o mundo. A iniciativa contaminou Pablo Handl e Henrique Bussacos, que decidiram montar um Impact Hub no Brasil, em São Paulo. Foi o primeiro espaço colaborativo da América Latina, que passou a fazer parte de uma rede presente em mais de 50 países e em mais de 100 cidades ao redor do mundo.
“O Impact Hub foi o primeiro espaço que reuniu pessoas para trabalharem juntas, no mesmo lugar, com o propósito de colaboração e de estimular a inovação e a criatividade. Hoje, o conceito de coworking está muito difundido. Existem mais de 400 espaços compartilhados no Estado de São Paulo, mas o modelo do IH é diferente. É um espaço que conecta pessoas a causas, um grande palco de relacionamentos. Nosso trabalho vai muito além do espaço físico. Acreditamos que, para realizar impacto, devemos transpor as paredes do Impact Hub e ativar nossa rede global em torno de projetos e programas que gerem impacto direto na sociedade. Quando falamos em impacto, temos um indicador claro de mensuração: a contribuição para o alcance de um dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Uma agenda global com indicadores e metas para contribuição de todos os países”, explica Luciana Brasil, diretora de Marketing do IH SP.
O IH SP desenvolve programas, apoia startups, promove eventos, hackatons e atividades, tudo para estimular conexões e conectar pessoas a causas. Luciana lembra que nesses 10 anos o segmento de negócios de impacto amadureceu muito e o IH participou dessa evolução, ajudando a fortalecer esse ecossistema. “Passaram pelo IH organizações como a gestora de investimentos de impacto Vox Capital, a aceleradora Quintessa e outros grandes players do mercado. Hoje, há toda uma economia girando em torno disso, com resultados muito positivos. E o IH ajuda nessa engenharia. Essa nova forma de desenhar espaços de trabalho se difundiu e já ajudamos várias organizações como Natura, BASF, Imaflora e Fundo Zona Leste Sustentável a criarem espaços que refletem seus valores e passam a servir aos seus propósitos”, destaca Luciana.
Para comemorar essa primeira década de história, o IH encomendou uma campanha de comunicação de massa do setor de impacto, realizada em parceria com a Ótima. Outdoors foram espalhados por toda a cidade com anúncios sobre o setor de impacto social e os dez anos do Impact Hub SP. A campanha foi um marco para o ecossistema, aumentando ainda mais o alcance do setor. Junto com ela, e com foco na democratização do conhecimento sobre impacto social, o IH lançou o Dicionário de Impacto Socioambiental. E em 2019, o Brasil será pela primeira vez a sede do Global Gathering e Makers’ Festival, encontro anual de Impact Hubs do mundo todo.
Modelo de negócios
“Com o apoio da Artemisia e do Papel Solidário, o IH foi estruturado como um negócio social, quando esta terminologia ainda não estava clara, mas já com o direcionamento de aplicar ferramentas de mercado para potencializar o impacto socioambiental positivo na sociedade. Desde então, o Impact Hub São Paulo já apoiou mais de 2 mil inovadores sociais, oferecendo um espaço inspirador e uma comunidade vibrante. Por meio de programas de educação empreendedora e de apoio empreendedor, já beneficiou diretamente mais de 5.000 pessoas só em São Paulo”, explica Henrique Bussacos, cofundador do Impact Hub São Paulo, Florianópolis e Manaus e responsável por parcerias estratégicas do Impact Hub na América Latina.
Pense Grande e Pulsar são dois cases se destacam na frente Educação Empreendedora do modelo, ambos voltados para o fomento da cultura empreendedora e o desenvolvimento de lideranças.
O programa Pense Grande é uma iniciativa da Fundação Telefônica Brasil / Centro Paula Souza que proporciona formação para jovens, conectando suas competências e habilidades a práticas da cultura maker e hacker. Durante o programa, os jovens têm a oportunidade de desenvolver e de incubar negócios com soluções que podem melhorar sua vida e a de outras pessoas. Assim, os jovens estreitam seus laços com a comunidade, fortalecendo o senso de coletividade e estimulando o desenvolvimento de soluções transformadoras, que busquem gerar impacto social ou ambiental. “A ideia é incentivar o desenvolvimento de soluções para desafios locais que afetem o seu dia-a-dia. Questões como pessoas desaparecidas e lixo, por exemplo”, comenta Luciana.
Em sua segunda edição, o programa Pulsar (em parceria com o Instituto AES / Centro Paula Souza) é voltado para estudantes de 14 a 18 anos de Escolas Técnicas Estaduais (ETECs) e utiliza a energia como eixo temático. O programa busca viabilizar novas soluções de energia e de geração de renda que provoquem transformações na população de baixa renda.
Esses dois programas fazem parte do Centro de Juventude no Impact Hub, um hub temático que reúne outras organizações como a Engajamundo, a Fundação Arymax, o Instituto Arapyau e um time de jovens da periferia de São Paulo que integram as suas agendas para potencializar uma causa.
Eventos que conectam
Em 2018, mais de 500 pessoas participaram dos encontros Impact Morning e Conversas de Impacto, que trouxeram temas como Protagonismo Negro, Compras Públicas/Governo, Cidades Sustentáveis e Juventude para rodas de conversa formadas por empreendedores e especialistas. Além de alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, essas iniciativas dão continuidade aos debates do Fórum de Finanças Sociais e Negócios de Impacto, que aconteceu em junho de 2018, uma correalização entre Impact Hub São Paulo, Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) e Vox Capital.
Na frente de Convocação e Articulação, a meta do IH é aplicar um olhar analítico e sistêmico sobre o campo que circunda um determinado tema, identificando atores estratégicos, sejam eles fomentadores do desenvolvimento sustentável ou donos de desafios/problemas. “Nossa metodologia é baseada na experiência prática que temos nos Impact Hubs no mundo e em organizações parceiras. O Impact Hub emergiu do engajamento de vários stakeholders e agora utilizamos esse conhecimento para que grandes empresas consigam engajar seus stakeholders para aprender e inovar com eles”, afirma Luciana.
O Em Movimento, por exemplo, é uma rede de organizações que atua dando suporte para fazer com que cada vez mais jovens se engajem e possam ter acesso às oportunidades oferecidas pelo campo social. Os Laboratórios de Causas, por sua vez, são iniciativas de caráter coletivo que buscam impacto em médio e longo prazo. Em 2017, o IH SP participou do Hackaton #hack4climate, realizado pela ONU e que movimentou 15 Impact Hubs do mundo simultaneamente. Foi o maior hackaton já realizado em uma conferência de clima conectando uma comunidade global. Em 2018, o IH SP participou do Desafio Ambiental com o WWF-Brasil, Ministério do Meio Ambiente e Sebrae, que identificou 130 iniciativas no Brasil e selecionou oito negócios pioneiros de restauração de florestas, em diferentes regiões do Brasil para serem acelerados.
“Scalling Program, Investment Ready Program e HackWater foram as três iniciativas trabalhadas em 2018, que impulsionaram diversos negócios de impacto socioambiental inovadores. Mais de 20 startups participaram dos nossos programas de aceleração e de residência empreendedora”, conclui Luciana.
A sustentabilidade do Impact Hub vem da locação de espaços e do desenvolvimento de programas. Está localizado em uma rua sem saída no bairro de Pinheiros, junto do B_arco e do Civi-Co, já conhecida como um centro de empreendedorismo de impacto. Além dos fundadores Henrique Bussacos (Programas e Parcerias), Pablo Handl (diretor geral), e Barbara Stutz (diretora do Coworking), que lançaram a semente, fazem parte da diretoria João Vitor Caires (Projetos e Programas), Fabio Fabri (Financeiro) e Luciana Brasil (Marketing).
Mais do que um espaço, o Impact Hub é o lar para empreendedores, ativistas, estudantes, criativos, pensadores, fazedores, executivos, líderes, mentores e inovadores. Um lugar inspirador onde todos se reúnem para pensar o futuro
