Covid-19: chamadas e linhas de financiamento para empreendedores

  • Para ajudar os empreendedores de negócios de impacto a enfrentar as dificuldades decorrentes do impacto do crise do coronavírus, o portal Notícias de Impacto tem reunido iniciativas em várias frentes. A nossa equipe tem destacado também soluções dos empreendedores de impacto que podem contribuir com toda a sociedade para amenizar os efeitos da Covid-19.
  • Nesta reportagem, a terceira da série, o foco está principalmente em chamadas e oportunidades de financiamento que se abrem para os negócios de impacto: a linha de crédito de R$ 25 milhões da Adesampa; a disponibilização de US$ 1 milhão, pela Vale, para escalar soluções para a Covid-19; a chamada da Fapesp para uma linha especial de financiamento de R$ 20 milhões para apoiar micro e pequenas empresas e startups dispostas a aplicar ou escalonar processos ou produtos inovadores relacionados à doença; e o Fundo de Urgência Covid-19, criado por Empreende Aí, Firgun Brasil e Impact Hub SP. Veja os prazos para participação nessas iniciativas nos links correspondentes.

Destacamos também o documento do Centro de Estudos Periféricos, da Unifesp, que propõe medidas urgentes para o enfrentamento do coronavírus nas periferias das grandes cidades, onde o impacto da Covid-19 é ainda maior.

Se você souber de iniciativas e soluções que possam fortalecer essa rede de apoio, envie para noticiasdeimpacto@printeccomunicacao.com.br

 Ade Sampa disponibiliza linha de crédito de R$ 25 milhões

A Ade Sampa, agência vinculada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de São Paulo, iniciou no dia 27 de março, em parceira com o Banco do Povo, programa de microcrédito do Governo do Estado de São Paulo, para realizar o teleatendimento a empreendedores na divulgação da nova linha de crédito de R$ 25 milhões para micro e pequenas empresas enfrentarem os efeitos econômicos da pandemia de coronavírus.

Com taxa de juros de 0,35% ao mês, carência de até 90 dias para o primeiro pagamento e prazo de até 36 meses para quitação, a nova linha estará disponível até 30 de abril, podendo ser prorrogada em virtude do impacto do coronavírus nos pequenos negócios.

Microempreendedores, inclusive do setor informal e micro e pequenos empreendedores formais, urbanos e rurais, podem solicitar empréstimos de R$ 200 a R$ 20 mil.

A Ade Sampa apresentará por telefone, whatsapp e e-mail (veja contatos abaixo) as linhas de microcrédito, condições e processos para cadastramento do pedido de crédito. Já o Banco do Povo será responsável pelo estabelecimento das linhas, análise e concessão do crédito.

“Para solicitações de crédito sem avalista o limite é de R$ 3 mil”, explica Frederico Celentano, presidente da Ade Sampa. “Faremos o atendimento telefônico, por whatsapp e e-mail com o intuito de orientar os empreendedores em como obter as linhas de crédito sem sair de casa”, explica.

Confira os canais de atendimento:

Telefone e whatsapp

(11) 972078260; (11) 94498-4385; (11) 97352-8802; (11) 94159-5378; (11) 95781-6196

E-mail: atendimento@adesampa.com.br

Site: www.bpp.sp.gov.br

Vale vai disponibilizar até US$ 1 milhão para soluções

A Vale vai disponibilizar até US$ 1 milhão para, em colaboração com o Hospital Israelita Albert Einstein e a Rede Mater Dei de Saúde, escalar soluções para o combate à Covid-19 nas temáticas: Prevenção e rastreamento de risco, Triagem e Diagnóstico, Monitoramento e Acompanhamento de pacientes e Cuidados intensivos, além da categoria Open Challenge.

Empresas, startups, instituições, universidades e até mesmo profissionais que possuem soluções para garantir maior acesso da população podem participar. As soluções devem ter maturidade necessária para serem implantadas em até 15 dias (a contar da aprovação) e ser de baixo ou zero custo para o usuário final.

Para inscrever a solução e se candidatar aos recursos, clique aqui

Importante: o prazo para as inscrições vai até 5 de abril.

FAPESP financiará projetos de micro e pequenas empresas que combatem o coronavírus

A FAPESP está lançando duas chamadas de propostas no valor de R$ 30 milhões para direcionar iniciativas de pesquisa ao combate da Covid-19, provocada pelo vírus SARS-CoV-2, o coronavírus, e para estimular micro e pequenas empresas a desenvolver projetos que resultem em inovações tecnológicas voltadas para o diagnóstico e tratamento dos doentes.

Na primeira chamada, a FAPESP disponibilizará R$ 10 milhões suplementares para redirecionar projetos de pesquisa já em andamento, nas modalidades Temático e Jovens Pesquisadores e em Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) e Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs), para a compreensão, redução de risco, gestão e prevenção da COVID-19 e do coronavírus.

Na segunda chamada, a FAPESP oferece uma linha especial de financiamento, no âmbito do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE-Fase III), em parceria com a Empresa Brasileira de Inovação e Pesquisa (Finep), no valor de R$ 20 milhões, para apoiar micro e pequenas empresas e startups dispostas a aplicar ou escalonar processos ou produtos inovadores relacionados à doença, a exemplo de kits diagnósticos, ventiladores pulmonares, equipamentos de proteção aos profissionais da saúde, soluções de tecnologias digitais e inteligência artificial para os serviços de saúde ou atendimento aos pacientes. No PIPE-Fase III, resultado de um acordo entre a FAPESP e a Finep, as empresas devem realizar, em até 24 meses, o desenvolvimento comercial e industrial de produtos ou processos. Nesta chamada, cada projeto aprovado contará com até R$ 1,5 milhão.

O prazo para submissão de propostas é 6 de abril de 2020, podendo ser republicado por mais 15 dias, caso a demanda das propostas submetidas seja inferior aos recursos disponíveis.

Para acessar o Edital de Pesquisa para o Desenvolvimento de Tecnologias para Produtos, Serviços e Processos para o Combate à Doença por Corona Virus 2019 (Covid-19), clique aqui.

Centro de Estudos Periféricos propõe medidas urgentes para a periferia

Os pesquisadores do Centro de Estudos Periféricos publicaram no dia 30 de março um documento com medidas que consideram urgentes para conter a pandemia a partir da realidade das periferias de São Paulo. O grupo de estudos é vinculado ao Instituto das Cidades/Campus Zona Leste, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenado pelo professor Tiaraju Pablo D´Andrea.

Ilustração: Sheyla Mwlo

Segundo o documento, “a pandemia de coronavírus no Brasil vai expor, mais uma vez, a face cruel da nossa enorme desigualdade social sobre a vida das pessoas pobres, negras e periféricas. Este impacto tende a ser muito duro nas grandes cidades do país, com sua alta quantidade de favelas, moradias precárias e insalubres. Estas pessoas também estão sujeitas a empregos precários, vínculos empregatícios frágeis e à terceirização, e serão as mais atingidas pelo desemprego em massa”.

O documento afirma que é necessário que governos municipais, estaduais e federal assumam certas medidas em suas respectivas alçadas de responsabilidade.

As medidas emergenciais propostas pelo CEP são as seguintes:

  • montagem urgente de hospitais de campanha nas escolas e terrenos ociosos das quebradas;
  • distribuição de água com a disponibilização de caminhões pipas para regiões que não tem saneamento básico;
  • distribuição gratuita de kits de higiene, limpeza e prevenção (álcool gel, álcool líquido, sabonetes, toalhas, escovas de dente, pastas de dente, máscaras);
  • suspensão da cobrança de contas de água e luz;
  • suspensão da cobrança de parcelas e juros de financiamentos em geral, incluindo as famílias com dívidas com a Caixa;
  • suspensão da cobrança aluguéis residenciais e comerciais;
  • congelamento do preço do botijão de gás e dos alimentos da cesta básica;
  • compra de itens de primeira necessidade dos comércios de bairro, por parte do poder público, para distribuição gratuita nas quebradas;
  • rápida liberação dos recursos da renda mínima para trabalhadores/as informais e desempregados;
  • manutenção da distribuição de merendas nas escolas nas regiões mais pobres;
  • campanha de conscientização mais amplas, com carros de som, músicas e vídeos que dialoguem com as quebradas;
  • não à policialização da situação, evitando o aumento do encarceramento;
  • não ao isolamento vertical. Nas periferias, diversas gerações da mesma família dividem a mesma casa ou o mesmo quintal com frequência. Quem tiver a obrigação de sair para trabalhar, vai certamente trazer o vírus para casa;
  • reforço às medidas de proteção para quem trabalha em setores essenciais, como transportes, supermercados, feiras livres, farmácias, fábricas, abastecimento, entre outros;
  • transferência de pessoas que fazem parte dos grupos mais vulneráveis para quartos adequados de hotéis disponibilizados pelo poder público.
  • descentralização dos kits de testagem do centro para os bairros de periferia em UPAs e UBS, com orientação e insumos para o gerenciamento de casos menos graves. Essa medida evitaria também deslocamentos desnecessários;
  • ampliação da rede de wi-fi grátis nas periferias;
  • estabelecimento de fluxo para o abrigo de mulheres em situação de risco de morte com a desburocratização imediata do acesso às Casas-Abrigo para as mulheres, dispondo de um número público que disponha de vagas para o abrigo emergencial em caso de violência, além do acolhimento das demais demandas divulgadas em Nota pela Rede de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres da Zona Leste;
  • não fechamento do atendimento no hospital de referência em aborto legal, tendo em vista que são procedimentos que não podem esperar e que devem sofrer um aumento de demanda durante o período de confinamento, junto com a violência doméstica;
  • não à diminuição da quantidade de trens e metrôs, evitando assim aglomeração no transporte de trabalhadores de serviços essenciais.

Como medidas gerais para conter a crise, o Centro de Estudos Periféricos recomenda também:

  • taxação das grandes fortunas e vinculação desses recursos ao SUS;
  • suspensão imediata do pagamento dos juros da dívida pública;
  • fim do teto de gastos para saúde e educação;

 Fundo de Urgência Covid-19

 Esta iniciativa já foi publicada no portal Notícias de Impacto, segue aqui apenas como atualização.

Empreende Aí, Firgun Brasil e Impact Hub SP criaram o Fundo de Urgência Covid-19, para auxiliar empreendedores das periferias que estejam com dificuldades financeiras em decorrência da pandemia do coronavírus. O objetivo é apoiar facilitando o acesso a microcrédito, uma vez que esses empreendedores serão os mais impactados e enfrentarão dificuldades de caixa para manter seus negócios e seu sustento.

Empresas, Institutos e Fundações podem realizar doações a partir de R$ 30 mil. Empreendedores poderão tomar empréstimos a partir de R$ 500 com carência de até 120 dias e juros de 1% ao mês. O valor devolvido será investido em atividades de fortalecimento de negócios periféricos lideradas pelas organizações. Assim as doações terão um poder de impacto duplo.

Condições:

  • crédito a partir de R$ 500,00;
  • 120 dias para começar a pagar;
  • juros de 1% ao mês;
  • não precisa CNPJ
  • pode estar negativado

Para acessar, preencha o formulário neste link.