Boomera lança plataforma CircularPack para promover a economia circular

A Boomera lança hoje a plataforma CircularPack e avança exponencialmente em seu propósito de alavancar a transformação e a economia circular.

Embalagens de salgadinhos, cápsulas de café, fraldas sujas… Essa lista não tem fim. Para a Boomera, qualquer resíduo deve ser reciclado e movimentar a chamada Economia Circular. Agora, ao oferecer a plataforma CircularPack, a empresa consolida seu compromisso de impactar a sociedade de forma positiva.

A plataforma é resultado de sete anos de atuação da empresa no segmento de reciclagem. O ponto de partida é a etapa de engajamento interno, com a implementação de ações dentro das empresas para promover a economia circular, ajudando na disseminação do tema. Na sequência, a metodologia passa por uma fase chamada Estratégia Circular, na qual é feita uma avaliação técnica e mercadológica das embalagens para entender a melhor forma de recuperar os resíduos.

“Para as embalagens complexas, criamos processos, tecnologias e formulações para transformar essas estruturas em matéria-prima. Se já sabemos como reciclar, mas não há uma cadeia para coletar o material, nós buscamos entender o comportamento do usuário para executar sistemas de logística reversa. Esse trabalho pode envolver cooperativas de catadores parceiras, pontos de coleta no local de consumo ou pontos de entrega voluntária no varejo. Com a nova matéria-prima em mãos, é hora da ideação e prototipagem dos produtos que vão chegar ao mundo”, explica Guilherme Brammer, fundador da Boomera.

Luiz Butti e Guilherme Brammer (fotos Boomera)

A plataforma desenvolve um pipeline de itens que conversam com a marca e geram demanda para absorver a oferta de resíduos do mercado. Para dar vida aos novos produtos, a Boomera conta com sua infraestrutura e expertise empresarial – da fábrica em Cambé às unidades com parceiros. E, para ganhar escala, conta com os canais de distribuição e os pontos de venda – mais de 15 mil pelo Brasil! –, além das parcerias no varejo e no atacado e dos canais de distribuição próprios do cliente.

Trajetória de sucesso

Brammer é engenheiro de materiais e trabalhava em empresas de matéria-prima para a indústria de embalagens. Em 2011, criou a WiseWaste, rebatizada como Boomera em maio do ano passado, ao comprar uma unidade de negócio da subsidiária brasileira da norte-americana Bemis, especializada na fabricação de embalagens e lonas impermeáveis. A Boomera passou, então, a fabricar as lonas Carreteiro, marca que era da Bemis no Brasil, com uso de material reciclado e tecnologia própria.

Incomodado com os resíduos pós-consumo e seu impacto ambiental e social, Brammer resolveu se aprofundar no tema.

No Brasil, mais de R$ 8 bilhões se perdem em lixões e aterros sanitários todos os anos em materiais que poderiam ser reaproveitados na sociedade. “A Boomera acredita que é possível fazer diferente, pensar diferente e consumir diferente. Estamos vivendo a transição de uma Economia Linear (extrair, produzir, descartar), processo criado pela Revolução Industrial, para a era da Economia Circular na qual tudo pode ser transformado. Acreditamos que é possível fazer diferente, pensar diferente e consumir diferente”, afirma Brammer.

A Boomera desenvolveu soluções de reciclagem e métodos simples para identificar usos para produtos de fim de vida. Ajudou clientes como a P&G, Nestlé, Adidas e Mondelez a encontrar soluções inovadoras para reduzir a quantidade de resíduos que atingem o aterro sanitário. “As empresas precisam de nós, seja em função da legislação (Política Nacional de Resíduos Sólidos), seja pelo aprimoramento dos processos que demandam a economia de matérias primas. O importante é entender o processo que precisa ser resolvido”, comenta Brammer.

Assim, foi organizada uma grande rede com objetivos claros. Os materiais descartáveis são recolhidos dos pontos de entrega (escolas, condomínios e supermercados) por uma rede de 200 cooperativas de catadores. “Esse foi um trabalho de “formiguinha”. Organizar as cooperativas, levar os responsáveis ao banco para abrir conta, treinar a usar os equipamentos. Hoje eles são agentes ambientais e praticam logística reversa. As cooperativas têm CIPA e os funcionários usam EPIs”, acrescenta Brammer.

O desenvolvimento de novas tecnologias é uma frente de atuação da Boomera. “Resolvemos instalar laboratórios nas universidades, como a Mauá. Investimos em equipamentos, implantamos mini fábricas e damos mentoria para estudantes que queiram desenvolver projetos de tecnologia com aplicação prática. Surgiram várias ideias, uma delas é o aproveitamento de fraldas sujas. A propriedade intelectual é do pesquisador, da universidade e nossa. Assim, nenhum projeto vai para a gaveta”, explica Brammer.

Além de parceiro, a Boomera se transformou em desenvolvedor de matérias-primas para as grandes empresas do setor químico que querem entrar na reciclagem, têm a inteligência de novos materiais, mas não a agilidade de uma startup. A empresa atua em toda a cadeia produtiva, desde a pesquisa de qual material o cliente poderá escolher para seus novos produtos, a gestão da logística reversa dos resíduos gerados, a parceria com cooperativas de catadores, até dar nova vida a esses materiais na nossa fábrica e vender os produtos reciclados. Esse é o conceito da plataforma CircularPack.

A Boomera começou com dois funcionários e tem hoje 140. Faturou R$ 20 milhões em 2017 e a expectativa é dobrar esse valor para 2018. Na fábrica da empresa, em Cambé (PR), esses materiais são transformados em resinas para a fabricação de outros produtos, como pallets plásticos, lonas agrícolas e displays de pontos de venda, como balcões e estantes. Outros produtos estão em desenvolvimento.

Em 2016, a Boomera foi eleita pelo World Economic Forum (https://goo.gl/YdR8l0)como uma das cinco empresas que fazem da América Latina uma região mais sustentável.