Aceleradora aclr.me prepara os negócios para o diálogo com investidores

Time da aclr.me: Rebeca Gomes, Giuseppe Casarin e Gabriela Sommer Nascimento. Fotos: Divulgação

Com ferramentas próprias, a metodologia de aceleração da aclr.me se baseia principalmente nos conceitos de Design Thinking, Lean Startup e no livro De zero a um – O que aprender sobre empreendedorismo no Vale do Silício. A aclr.me realizou em junho uma roda de conversa no Centro Cultural São Paulo com o objetivo de se aproximar dos negócios periféricos e entender melhor esse universo.

Eles poderiam trabalhar em qualquer multinacional, banco ou consultoria. Formação e currículo não faltam para esses jovens recém-formados que resolveram trabalhar com propósito e fundaram a aclr.me – acelere-me –, aceleradora de negócios de impacto social e de startups. A aclr.me foi criada em novembro de 2018 por três sócios –  Giuseppe Casarin (27 anos), Rebeca Gomes e Gabriela Sommer Nascimento (ambas com 25 anos), com o objetivo de ajudar o empreendedor a desenvolver o seu negócio no curto prazo por meio de ferramentas, conhecimento e acesso a parceiros e investidores.

Os três se conheceram na Worth a Million, uma ex-aceleradora de startups e negócios sociais, e foram fisgados para trabalharem juntos com o mesmo propósito. Acreditam que o empreendedorismo tem o potencial de transformar a realidade brasileira e querem ajudar a acelerar essa transformação. A aclr.me ainda não tem sede, mas já está estruturada com metodologia própria e atuando a pleno vapor. O edital divulgado em março recebeu mais de 40 inscrições de empreendedores.

“Os empreendedores de startups e negócios sociais possuem bastante conhecimento sobre as dores do mercado, mas não estão habituados com ferramentas de gestão, modelo de negócio, produto, tecnologia e comunicação. Ao mesmo tempo, investidores e fundos sofrem com a falta de preparo dos negócios para receber investimentos e geri-los de forma eficiente, o que ocasiona um afastamento entre as partes. Acreditamos que o conhecimento para empreendimentos ainda em fase de ideação, organização do negócio e tração seja mais efetivo nesses estágios do que o investimento financeiro. Por isso, a aclr.me opta por investir tempo e capital intelectual nos negócios, preparando-os para o diálogo com investidores. No programa de pré-aceleração, por exemplo, negócios ainda em fase de ideação participam durante um mês e meio de reuniões semanais com o time da aclr.me para validar informações sobre o público-alvo, as funcionalidades do produto, modelo de negócio, comunicação estratégica, vendas e, por fim, ter um MVP pronto”, comenta Rebeca Gomes.

“No programa de Aceleração, as startups ou negócios sociais já possuem um MVP, realizaram as primeiras vendas e querem ganhar tração, acelerando seu crescimento. Para isso, durante o período de seis meses, a aclr.me realiza semanalmente encontros com o time de empreendedores para aplicar ferramentas de produto, gestão, tecnologia e vendas”, completa Gabriela Sommer Nascimento.

A metodologia utilizada pela aclr.me consiste em ferramentas próprias que se baseiam principalmente nos conceitos de Design Thinking, Lean Startup e no livro De zero a um – O que aprender sobre empreendedorismo no Vale do Silício. “Além da metodologia personalizada para cada negócio, a aceleradora apresenta como diferenciais a imersão do seu time nas empresas aceleradas por meio de encontros semanais, contato com investidores, auxílio no processo de captação e o acesso a networking qualificado”, afirma Giuseppe Casarin.

Roda de Conversa

A aclr.me realizou uma roda de conversa no Centro Cultural São Paulo, no dia 19 de junho com o objetivo de se aproximar dos negócios periféricos e entender melhor esse universo. O encontro contou com a presença dos investidores Jessé Guimaraes e Humberto Linaris, e de Gustavo Ipólito, do fundo de investimento de impacto Gold Street Venture Capital. Participaram também empreendedores de cinco negócios da periferia: Senseven, Central do Consignado, Preto Império, Regularizei e Parabéns, Te Odeio.

“Discutimos sobre como os negócios de impacto ambiental e social podem gerar renda para as regiões periféricas, sobre a atratividade dos negócios da periferia para os investidores e fundos de investimento, como esses empreendedores podem chegar até eles e o que devem apresentar. Além de novas ideias para o setor de negócios de impacto, tivemos como resultado da roda de conversas o fortalecimento do ecossistema e a possibilidade de alguns dos empreendedores ali presentes receberem investimento dos investidores, que estão atualmente avaliando os negócios”, destaca Rebeca.

Roda de conversa reuniu empreendedores da periferia e investidores

Nesse mês de julho, o foco da aclr.me é mapear parcerias que possam subsidiar parte da aceleração para os acelerados que não tenham possibilidade de pagar por ela, como por exemplo, empreendedores da periferia. Os próximos acelerados devem começar no mês de setembro, após o processo seletivo ser finalizado. Primeiramente vamos avaliar alguns empreendedores que já fizeram inscrição no começo do semestre e, caso necessário, abriremos novo edital”, explica Gabriela.

Entre as startups que passaram pelo processo de pré-aceleração, que dura 45 dias,  estão:

  • Teacher Sports – Aplicativo que conecta professores e alunos de tênis, de acordo com a disponibilidade de tempo e local de ambos. Dessa forma, o app traz mais facilidade e segurança para os alunos e mais alunos para os professores.
  • Double Double – (com.br) Plataforma digital que oferece treinos esportivos complementares para que o usuário atinja um melhor rendimento.
  • Vagas CG – ​(vagascg.com.br) Site desenvolvido com o objetivo de se tornar o principal elo entre as empresas que buscam candidatos com o perfil desejado para compor suas equipes e os profissionais em busca de novas oportunidades de trabalho no mercado de ​computação gráfica. O Vagas CG visa também inspirar estes profissionais pela busca do desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional por meio de cursos e palestras, apresentando as ​melhores escolas e cursos disponíveis no mercado.

No processo de aceleração, que tem em média seis meses de duração,  está a Parabéns, Te Odeio! (www.parabensteodeio.com.br). É uma marca descolada, no formato de e-commerce, que utiliza brincadeiras e indiretas para ajudar as pessoas em relacionamentos interpessoais, causando alguma transformação no modo delas agirem. Por exemplo: Um amigo que sempre chega atrasado pode receber o certificado de “Nada Pontual” e, embora seja um presente divertido, refletirá sobre esse comportamento que foi apontado por quem enviou. “Todos os produtos, como os certificados, são produzidos por fornecedores da periferia, com o objetivo de inserir essa população na cadeia produtiva”, comenta Rebeca.

O time da aclr.me

Giuseppe Casarin é responsável pela frente de Gestão e Novos Negócios e trabalha com a criação e implementação de novos projetos na área de Tecnologia há seis anos. Cursou Técnico em Administração na ETEC ZS em 2008, Ciências Econômicas na Universidade Federal de Uberlândia em 2013, Gestão de Negócios e Inovação na Escola de Negócios, Aceleração e Inovação (Escola de Negócios Sebrae/SP) e Code # no Senai Centro em 2017. Ele é sócio-fundador e CEO da startup Cotabox, um sistema de gestão de compras B2B que atende grandes empresas como Lock Engenharia, Sony Music e Fogás.

Rebeca Gomes é formada em Administração pela Universidade de São Paulo, onde participou de três organizações estudantis realizando o serviço de consultoria para ONGs, organizando ações voluntárias e eventos para disseminar o tema de negócios de impacto social, desenvolvendo projetos de Gestão de Pessoas e reestruturando uma entidade estudantil de empreendedorismo. Pesquisa e atua na área de Empreendedorismo e Negócios de Impacto há quatro anos, trabalhou em uma startup de educação chamada Letrus e, na sequência, na Worth a Million. Atualmente, é responsável pela frente Aceleração na aclr.me.

Gabriela Sommer Nascimento é formada em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo, onde teve a oportunidade de realizar um intercâmbio acadêmico para a Universidade Técnica de Munique (TUM – Alemanha). Atuou no setor público como estagiária na Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de São Paulo, onde auxiliou na área de fiscalização ambiental do departamento de gestão descentralizada (DGD) norte 2. Em seguida, trabalhou por um ano na Worth a MIllion, onde acelerou cinco projetos e hoje atua como responsável pela pré-aceleração de Negócios na aclr.me.

Além disso, o time conta com o apoio de conselheiros experientes: Luiz Viotti, Humberto Linaris e Leonardo Amaral Lopes (ex consultores da PwC),  Jessé Guimarães (ex responsável pela área de compras do SBT), Adroaldo Júnior (ex diretor de vendas da Ticket Log) e Amanda Villa Lobos (ex head de operações da Vá de Taxi).