Total de ideias e negócios inscritos superou as expectativas e comprova que há iniciativas importantes em favor de uma economia regenerativa de baixo carbono no Brasil
A 1a Chamada Bons Negócios pelo Clima, lançada pelo Instituto Climate Ventures e ClimateLaunchpad, recebeu 370 inscrições de soluções, entre ideias e negócios, que geram impacto positivo para o clima do planeta. Esse número superou as expectativas dos realizadores e representa uma amostra do que está acontecendo no país em termos de economia regenerativa de baixo carbono. A Chamada, que tem o objetivo de mapear e de fomentar negócios inovadores e de impacto que revertam os efeitos negativos causados pelas mudanças climáticas, foi realizada em parceria com Aoka, Instituto Clima e Sociedade (ICS), com apoio da Pipe.Social, Fundação CERTI e Instituto Arapyaú (mais informações na reportagem anterior do portal Notícias de Impacto).
“Atingimos um momento crítico para o futuro do nosso planeta. As mudanças climáticas nos desafiam a inovar, a buscar novos caminhos de desenvolvimento e formas de fazer negócios. As metas que buscam limitar o aquecimento global, estabelecidas em 2015 durante a COP21 em Paris, são ambiciosas e dependem de um imenso esforço coletivo de governos, sociedade civil e do setor empresarial. Após décadas de estudos, publicações, recomendações e metas estabelecidas, precisamos mais do que nunca de ações concretas para que a economia de baixo carbono se torne uma realidade”, afirma Ricardo Gravina, diretor-executivo do Instituto Climate Ventures.
“A 1ª Chamada Bons Negócios pelo Clima conseguiu mobilizar 370 iniciativas pelo país, comprovando que há pipeline de impacto positivo para os desafios das mudanças climáticas que já estão acontecendo. Foram mapeados negócios em diversas fases de desenvolvimento, desde a ideia à escala da solução, e em todas as regiões do país, muitos deles utilizando tecnologias inovadoras para resolver problemas complexos. Estamos muito felizes em contribuir com essa iniciativa, que irá cumprir com um papel muito importante de impulsionar toda uma cadeia de negócios e iniciativas em favor de uma economia regenerativa de baixo carbono no Brasil”, afirma Livia Hollerbach, co-fundadora da Pipe.Social.
Serão escolhidas até 10 inovações na primeira etapa da Chamada, que participarão de uma rodada de apresentação para investidores, parceiros e representantes da Climate Ventures. Cinco desses finalistas serão convidados a participar, em outubro, de uma imersão de dois dias no Ecossistema de Inovação da Fundação CERTI, em Florianópolis (SC).
Três finalistas vão representar o Brasil na ClimateLaunchpad 2018, maior competição mundial de ideias de negócios verdes, que acontece em Edimburgo, na Escócia, em novembro, com chances de aceleração pela Climate-KIC Accelerator para os dez primeiros colocados e dez mil euros para o primeiro colocado mundial.
Plataforma Climate Ventures
A Chamada é uma das frentes da Climate Ventures, plataforma de ação coletiva que tem como propósito acelerar uma economia regenerativa e de baixo carbono conectando as esferas de clima, tecnologia, negócios e finanças em uma plataforma de inovação e ação coletiva. Por meio do fomento desse ecossistema prevê ainda aumentar o pipeline e o fluxo de investimentos em “bons negócios pelo clima”. Fazem parte da plataforma as iniciativas Lab de Inovação e a Célula de Conhecimento.
O Lab de Inovação é um processo estruturado que reúne 50 organizações dos setores de clima, negócios, investimentos, governos, agricultura, energias renováveis e uso e regeneração do solo. A empatia e conexão entre os participantes gera um ambiente de confiança e criatividade que funciona como um catalisador do processo de inovação, conduzido por meio da tecnologia social Teoria U (Presencing Institute, MIT/EUA). Os encontros são promovidos pela Aoka, começaram em junho e vão até novembro.
A célula de conhecimento consiste em uma rede de especialistas mentores nas áreas de clima que oferece apoio técnico, de network e profissional ao Lab de Inovação. Tem como objetivo gerar um mapa de calor, de conhecimento e conteúdo sobre os desafios e as iniciativas hoje já existentes no mercado para o tema mudanças climáticas.
Para Daniel Contrucci, diretor de operações da Climate Ventures, só “uma economia regenerativa e circular, que respeita suas riquezas (biodiversidade, sem desmatamento) e seus limites (energia limpa e eficiente, livre de combustíveis fósseis) será capaz de alimentar o país de forma verdadeiramente sustentável, com saúde e segurança alimentar”.
No dia 22 de novembro serão apresentados no Summit de Negócios pelo Clima os resultados do Lab e a evolução dos protótipos, com a participação dos mentores da Célula do Conhecimento. Os responsáveis pelas startups selecionadas na Chamada terão a oportunidade de apresentar seus pitches a investidores, parceiros, aceleradoras, fundos de investimento e empreendedores do ecossistema.
“O mapeamento dos negócios é fundamental para o processo de aceleração da economia de baixo carbono. Percebemos que um dos principais fatores que impede essa aceleração é identificar o pipeline. Onde estão os bons negócios para o clima no Brasil? Quais são essas soluções? Quem são seus idealizadores? Existem desafios comuns? Conseguem acessar os recursos financeiros de investidores? E ainda, será que os instrumentos financeiros atuais atendem suas necessidades? Para acelerar um ecossistema como esse, é preciso antes entender todo esse cenário”, aponta Gravina.
Cronograma da 1ª Chamada Bons Negócios pelo Clima:
- bootcamp (São Paulo / 22 a 28 de setembro): treinamento e desenvolvimento intensivo das soluções;
- rodada de apresentação para investidores e representantes do Climate Venture, (São Paulo / 4 e 5 de outubro);
- imersão no Ecossistema de Inovação da Fundação CERTI (Florianópolis/SC / 15 a 19 de outubro);
- Summit de Negócios pelo Clima (São Paulo / 22 de novembro) – apresentação de pitches a investidores, parceiros, aceleradoras, fundos de investimento e empreendedores do ecossistema.
