Guia explica processo de investimento de impacto para fundações e institutos

Lançado no Fórum de Finanças Sociais e Negócios de Impacto 2018, o Guia FIIMP – Nossa jornada de aprendizado em finanças sociais e negócios de impacto – elaborado pelo fundo FIIMP, constituído em 2017 por 22 fundações e institutos familiares, empresariais e independentes, analisa as características do processo de investimento de impacto, as estratégias de apoio a projetos socioambientais, o uso de diferentes mecanismos de finanças sociais, como monitorar o impacto social dos investimentos, além de questões jurídicas e de legislação.

Guia foi especialmente elaborado para institutos e fundações que que desejam apoiar e investir em negócios de impacto. Além de compartilhar a trajetória do FIIMP e compartilhar aprendizados, o texto mostra por que e como investir em negócios de impacto; trata de questões legais e de avaliação de impacto; detalha os investimentos realizados pelo FIIMP (com instrumentos financeiros via intermediários e investimento direto); e sugere várias leituras para aprofundamento do tema.

O FIIMP foi concebido a partir de um protótipo do Lab de Inovação em Finanças Sociais organizado pela Força Tarefa de Finanças Sociais (FTFS) em 2016. Liderado pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), SITAWI e AOKA Labs, o projeto reuniu representantes de diferentes organizações com o objetivo de desenvolver protótipos que fizessem avançar as recomendações da FTFS, como a #2, que trata do apoio das fundações ao ecossistema.

Cada organização colocou no fundo US$ 10 mil (aproximadamente R$ 34 mil reais). O total arrecadado (R$ 703 mil) foi alocado em negócios de impacto socioambientais, via intermediários, na sistematização e em workshops de aprendizado. Os mecanismos financeiros escolhidos para essa primeira ação piloto foram:

  • Dívida conversível (Equity Crowdfunding), modalidade de financiamento coletivo por meio de plataformas digitais, nas quais, ao realizar o investimento, o investidor ganha o direito de adquirir uma participação acionária (equity) na empresa investida;
  • Dívida, que consiste na realização de empréstimos para os negócios de impacto;
  • Garantia de empréstimo (ou fundo de aval), no qual as fundações e institutos assumem o papel de avalistas para empréstimos contratados pelos negócios.

Os intermediários selecionados para aplicação dos recursos foram Din4mo, BemTeVi e SITAWI Finanças do Bem. Os três atuam de formas diferentes e estão em níveis distintos de desenvolvimento institucional, o que agrega ainda mais riqueza ao estudo. Com seus mecanismos financeiros próprios, os intermediários selecionaram seus negócios de impacto. Cada um dos escolhidos recebeu R$ 150 mil.

“O valor que as organizações colocaram no FIIMP possibilitou o teste de diferentes instrumentos financeiros, processo que proporcionou um aprendizado intenso. O Guia trata de questões jurídicas, de lucro, dilemas comuns a todos nós, que almejamos implementar ações estratégicas que causem impacto”, afirmou Márcia Soares, do Fundo Vale, que participou da Roda de Conversa FIIMP.

A primeira iniciativa do FIIMP deve durar até o final de 2018, quando o grupo poderá acompanhar os primeiros resultados dos investimentos realizados. Ainda não existe nenhuma outra iniciativa em andamento. mas ainda no primeiro semestre serão definidos os próximos passos.

Participaram da Roda de Conversa Eduardo Pedote, do BemTeVi Investimento Social; Filippe Barros, do Instituto Votoratim; e Luis Fernando Guggenberger, do Instituto Vedacit.

Para acessar o Guia, use o QR code da imagem acima ou clique no link bit.ly/baixeFIIMP